Faz mais ou menos dois meses que chegou para testes a TV LG OLED 65B9, uma TV UHD (4K) de “entrada” na linha de TVs OLED da LG, se é que existe OLED de entrada. Esse modelo foi lançado ano passado e ainda é a linha atual da empresa, já que a linha 2020 ainda não chegou ao Brasil. A sopa de letrinhas da nomenclatura explica o produto: o 65 se refere ao tamanho da tela: 65 polegadas; o B da linha do produto, sendo que a LG também comercializa as linhas C e E no Brasil; e o 9 ao ano, referente a 2019.
Comecei os testes e logo percebi que precisaria dividir a análise em vários conteúdos, até porque nunca tínhamos feito análises de TVs mais aprofundadas no Mundo Conectado. Daí surgiram os artigos de Dolby Atmos e Dolby Vision e os vídeos relacionados lá no YouTube.
Depois de testar bastante e mexer em cada funcionalidade do aparelho, chegou a hora de passar pra vocês as minhas impressões sobre o produto.
Design
O design da 65B9 é limpo, dando uma aparência muito bonita ao modelo. A base é curvada, em forma de arco, com acabamento em plástico, o que a diferencia da linha C, que traz um acabamento um pouco mais premium. O senão é que a base poderia e deveria ser mais compacta. A linha B9 nos Estados Unidos traz uma base muito parecida com a da linha C9, bem mais compacta, facilitando a instalação de um soundbar, principalmente se a mesa a ser instalado for muito compacta.
Bordas finas e tela de apenas 2,5mm de espessura
A construção é robusta, apesar do medo inicial ao tirar da caixa para montagem, já que a tela é extremamente fina e deu um certo frio na barriga ao colocá-la na posição horizontal. Tela fina, bordas pequenas e pouca distração.
Na parte de baixo, na traseira do aparelho, estão posicionamos os componentes eletrônicos (processador, memória RAM, placas e demais componentes). Também atrás estão algumas portas USB, saída óptica de áudio digital, conexão para cabo de rede, uma porta HDMI (falarei mais pra frente em detalhes sobre conectividade) e a furação VESA 300×200 para fixação na parede / móvel, sem necessidade da base, o que dá um acabamento ainda mais premium para a TV. Na lateral estão as outras 03 portas HDMI (04 ao todo) e uma entrada USB.
Base é bonita, porém grande demais
Qualidade de
Se a tela da 65B9 é tão fina (apenas 2,5mm de espessura), isso se deve à tecnologia OLED, que se baseia em diodos orgânicos para emissão de luz, dispensando a implementação de uma camada extra de LEDs para retro iluminação dos pixels. Dessa forma, em uma tela OLED, cada um dos 8.3 milhões de pixel, cada pontinho na tela, se auto ilumina, ligando, desligando e dimerizando individualmente. Sem backlight, não há luz “vazando”, proporcionando pretos mais puros e maior uniformidade de preto ao longo da tela, no que o mercado definiu como sendo contraste infinito. Também traz mais tons de cinza e detalhes em áreas de sombras, outra vantagem das telas OLED.
O ponto baixo dessa tecnologia está no brilho. Telas OLED atuais tem menos brilho do que telas QLED, geralmente ficando na casa dos 500 nits, com picos que não chegam aos 1.000 nits – isso varia bastante entre conteúdo SDR e HDR. Na verdade não é um problema se a sua TV estiver posicionada em um ambiente escuro, mas pode apresentar perda de qualidade de imagem em ambientes muito claros.
A 65B9 consegue atingir aproximadamente 760 nits em picos quando assistindo conteúdo HDR em modo Vivid (Vivo), mas não passa dos 600 nits no modo cinema, indicado para quem for assistir filmes em HDR. A variação de brilho em diferentes conteúdos HDR é grande, o que não é o ideal. Já em conteúdos SDR o brilho é inferior, mas ainda assim entrega um bom resultado nos picos, proporcionando uma boa experiência.
A TV OLED 65B9 possui 10 modos de imagem para conteúdo SDR, pré-configurações que ajustam a TV de acordo com o tipo de conteúdo que você planeja assistir. Por padrão a TV vem no modo Eco, que traz alta economia de energia e entrega um resultado balanceado em todos os tipos de conteúdo. Tem ainda modo Vivo, Cinema, Jogos e por aí vai. Dois modos se destacam e trazem a melhor calibração de cores de fábrica: isf Expert (Ambientes Claros) e isf Expert (Ambientes Escuros). Como os próprios nomes deixam claro, se destinam ao uso de acordo com o local que sua TV está instalada – claro ou escuro. Em ambos modos, o Contraste vem setado em 85, Brilho em 50, Nitidez em 10, Cor em 50 e Tom em 0. Brinquei com esses valores e acabei voltando para os valores sugeridos. Nas configurações avançadas, alterei a opção Gama que estava setada em BT.1886, para gama 2.2, valor usado em vários outros modos disponíveis na TV. Dessa forma creio que cheguei a melhor qualidade de imagem possível para assistir conteúdos SDR sem uso de equipamento de calibração profissional.
Configurando Modos de Imagem para conteúdo SDR
Já nos conteúdos HDR, as opções mudam. São 06 modos de imagem predefinidas de fábrica, sem modo Eco, já que por padrão, ao ativar o modo HDR a TV configura a Luz OLED para 100, garantindo picos de brilho mais intensos. A 65B9 na maioria dos casos irá reconhecer o conteúdo HDR e mudar várias configurações automaticamente, ajustando para o modo de imagem configurado e que podem ser configurados individualmente para cada porta HDMI, ou fonte de conteúdo. Durante meus testes, também usei a TV como monitor, plugado a um PC equipado com uma placa GeForce RTX 2080 Super e automaticamente ele mudava para o modo “Jogo” sempre que detectava que eu estava usando a TV como monitor. Já na HDMI 2, onde tenho o soundbar LG SL9YG, o modo Cinema em Casa está ativo, com todas as configurações de qualidade de imagem otimizados para conteúdo HDR.
Outra coisa que vale a pena mencionar é que a 65B9 consegue gerenciar bem os reflexos, mesmo em áreas bem iluminadas, sobretudo em reflexos indiretos, o que ajuda bastante a experiência de assistir TV em ambientes mais claros. Já o campo de visão da 65B9 é excelente, uma característica geralmente compartilhada pelas telas OLED. Você pode assistir a TV em grandes ângulos a partir do centro da TV e ainda assim manter a fidelidade da imagem, já que há pouca perda de brilho e contraste.
Em termos de cores, as 65B9 possui suporte a Wide Color Gamut (WCG), trazendo grande precisão de cores do padrão DCI-P3 (96%), o formato mais utilizado hoje nos cinemas digitais, o que na prática garante que você vai conseguir assistir conteúdo em HDR com grande precisão de cores e alinhado com o que os diretores de Hollywood queriam passar quando conceberam o filme.
Dolby Vision e Dolby Atmos
Toda linha OLED da LG traz suporte a Dolby Vision e Dolby Atmos.
Em conteúdos compatíveis, o Dolby Vision (HDR dinâmico da Dolby) faz toda a diferença, já que carrega metadados que permitem exibir imagens ajustadas quadro a quadro. Isso significa que cada cena é como se fosse uma fotografia, com maior contraste nas áreas de sombra e brilho nas áreas de highlight, além de trazer maior profundidade de cores, elementos que somados permitem exibir uma imagem mais vibrante e próxima do que o olho humano consegue enxergar. Filmes e séries desenvolvidas com suporte a Dolby Vision exibem o que há de melhor em termos de qualidade de imagem hoje no mercado. Não á toa, esse é o formato mais adotado pelos estúdios de cinema atualmente.
Ao acessar qualquer conteúdo com suporte a Dolby Vision na 65B9, o que no Brasil inclui varias séries e filmes do Netflix, Apple TV+, iTunes e cópias físicas através de um disco Blu-ray, o sistema fará ajustes automaticamente às configurações de HDR pra entregar o melhor resultado possível. Por padrão, a TV usa o modo Cinema em Casa ajustado para Dolby Vision, porém você pode ajustar essas configurações no Menu Imagem.
Artigo com tudo sobre Dolby Vision
Na parte de som, a 65B9 traz quatro canais de áudio (2.2) posicionados embaixo da tela. São 40W de potência que conseguem reproduzir sons em virtual surround sound 5.1 através do IA Sound, e com suporte a Dolby Atmos. Dessa forma a TV traz suporte ao som objeto, áudio tridimensional que adiciona o eixo vertical ao som surround, fazendo uma correlação direta do som com o local da tela em que a ação acontece e criando um áudio muito mais imersivo na sua sala através do som rebatido.
Som tridimensional, muito mais imersivo
Assim como Dolby Vision, esse tipo de conteúdo está associado ao Netflix, Apple TV, iTunes, Blu-rays e a jogos no Xbox One ou PC.
Artigo com tudo sobre Dolby Atmos
Algumas das salas de cinema mais modernas do mundo contam com tecnologias Dolby Vision e Dolby Atmos, por isso a LG chama a 65B9 de a “tela perfeita” de cinema.
Durante meus testes, assistir a filmes foi um dos pontos altos, sobretudo aqueles com suporte a ambas tecnologias. As imagens em filmes compatíveis com Dolby Vision são muita mais vibrantes e apresentam mais detalhes nas áreas escuras. Mesmo séries como Game of Thrones e o famoso capítulo “The Long Night” ganham mais detalhes com Dolby Vision. Isso faz parte de uma tendência de alguns diretores de Hollywood que estão criando filmes com HDR em mente, tornando a experiência em SDR um pesadelo.
Dolby Vision é um formato de HDR dinâmico, que ajusta a cena quadro a quadro
Assistindo a TV e Smart TV
A experiência de assistir a TV, sejam eles canais abertos ou a cabo, ganhaa um upgrade com o Processador Alfa 7 de segunda geração equipado nesse modelo. Ele é responsável pelo upscale de conteúdo HD da TV aberta para 4K (UltraHD), trazendo resultado bastante satisfatório. A qualidade do upscale varia: conteúdo em HD (720P) apresenta um resultado bom, enquanto conteúdo em FullHD (1080P) tem um resultado excelente.
Hoje em dia praticamente todas as TVs se encaixam na categoria Smart TV, mas acho que podemos concordar que algumas são mais inteligentes que as outras. A 65B9 usa o processador alfa 7 com o algoritmo AI de Deep Learning para analisar a qualidade do conteúdo original (brilho, contraste, cores, ruído), considerando ainda o brilho da sala e mesmo a posição do controle remoto. É possível ajustar imagem (AI Picture); o brilho de acordo com a iluminação da sua sala (AI Brightness); converter o som 2.0 em virtual surround sound 5.1 (AI Sound); e ajustar o som para a posição do telespectador (AI Acoustic Tuning).
Som IA ativa o virtual surround 5.1
Em geral o uso de inteligência artificial resulta em boas melhorias, exceto a opção AI Brightness, que eu particularmente não gosto, não apenas na LG, mas em qualquer fabricante. Minha única experiência realmente positiva usando tecnologia similar, que usa o sensor de iluminação da televisão para ajustar a imagem de acordo com a iluminação do ambiente foi durante a CES desse ano, em que a Dolby demonstrou o Dolby Vision IQ, uma nova tecnologia que utiliza o sensor da TV e ajusta a imagem levando em consideração a iluminação do ambiente. Até aí tudo igual, a diferença é que nesse caso o sensor trabalha em conjunto com o Dolby Vision e ajusta a imagem quadro a quadro, através de um algoritmo que não ignora as informações dos metadados do HDR, trazendo um resultado muito mais preciso.
Infelizmente essa tecnologia não é retrocompatível e a LG já anunciou seu suporte na linha OLED e Nanocell 2020, porém não é compatível com nenhum modelo 2019, de nenhum fabricante.
Loja de Aplicativos da LG traz diversos apps e sugestões de filmes
Outra função do novo processador da empresa é rodar de forma rápida e suave o sistema WebOS 4.6 que equipa a TV. Se a Samsung possui o Tyzen e a Sony utiliza a Android TV, a LG entrega um ótimo desempenho com o WebOS, que traz uma loja de apps com os principais apps de streaming de vídeo e música do mercado, além de apps da Vivo, Claro, YouTube, entre outros. Esse ano passou também a trazer suporte ao Twitch e a Apple TV.
Um dos apps que eu achei interessante foi o LG Channels, que permite assistir vários canais gringos on-line. O sistema oferece a grade de programação completa com opção de gravação de conteúdo agendado e lembretes de programação que te avisam quando seu programa favorito está prestes a começar.
Canais pela internet organizados por grade de horário
E, claro, o processador também é parte fundamental na experiência de navegação pelo sistema. A navegação pelo WebOS é fluida graças à velocidade do processador, permitindo navegar entre apps com transição rápida e suave.
Falando em inteligência artificial, ThinQ é o nome dado aos produtos da empresa com inteligência artificial. A 65B9 permite conectar outro dispositivos inteligentes da marca, como ar condicionado, refrigerador, lavadora / secadora de roupa entre outros. Dessa forma ela se torna o hub da casa conectada da LG, mas não apenas isso…
A 65B9 traz suporte ao HomeKit, da Apple, dessa forma também é possível controlar pela TV os apps compatíveis com o ecossistema de internet das coisas da maçã. Lembrando que a Apple anunciou recentemente que está trabalhando em conjunto com Google e Amazon pra criar uma padronização para o segmento, assim o ecossistema deles deve crescer e a utilidade dessa função na TV também. Por hora não vejo muita vantagem. É uma feature interessante se você está no ecossistema da LG, porém, nunca testei os demais produtos pra saber o nível de integração proporcionada.
Espelhamento de iPhone via Airplay e Homekit para gerenciamento de IoT
Conectividade e HDMI 2.1
Nesse quesito a 65B9 é hoje a melhor TV do mercado. Aceita comandos de voz pelo Google Assistente e Amazon Alexa, com botões dedicados pelo Smart Magic, o que permite pesquisar conteúdo, filmes, ou fazer pesquisas no YouTube, na internet e em apps da própria televisão. Enfim, dá acesso a comandos rápidos por voz nas duas principais assistentes virtuais do mercado.
Tem Bluetooth 5.0 o que permite parear com qualquer dispositivo Bluetooth; você pode espelhar seu telefone Android ou enviar conteúdo do seu iPhone via AirPlay, cobrindo assim os principais dispositivos do mercado e tornando fácil o envio de conteúdo do seu telefone para a TV.
A 65B9 possui 04 portas HDMI, todas na versão 2.1, com a total largura de banda que essa conexão permite: são 48Gbits de transferência por segundo, suficiente para transmitir conteúdo de 12-bits de cor em 4K a 120Hz usando chroma 4:4:4. Informação técnica a parte, na prática isso significa poder exibir até 68 bilhões de cores, com maior detalhes nas cores vermelho e azul em telas 4K super fluidas, graças aos 120Hz de atualização de tela. O mundo dos sonhos para os gamers!
04 portas HDMI 2.1: preparada para consoles de próxima geração
Além disso, o HDMI 2.1 traz suporte a diversas novas tecnologias que melhoram muito a experiência dos jogos em TV e amplia a possibilidade de uso como monitor plugada ao PC.
Três tecnologias se destacam para os gamers: o suporte a refresh rate variável (VRR), o Modo de Baixa Latência automático (ALLM) e o Rápido Transporte de Quadros (Quick Frame Transport).
Já em termos gerais, o HDMI 2.1 traz suporte nativo ao HDR dinâmico, garantindo que o Dolby Vision funcione perfeitamente na 65B9. Não que o Dolby Vision não funcionasse corretamente em modelos OLED anteriores, mas devido a falta de suporte oficial, ocasionalmente alguns bugs podiam acontecer o que acabava sendo um empecilho a mais, sobretudo para os desenvolvedores de jogos. Com o suporte nativo a partir do HDMI 2.1 os estúdios (de filmes e jogos) tem mais confiança em desenvolver conteúdo compatível com HDR dinâmico (Dolby Vision e HDR10+ principalmente).
A porta HDMI ARC, aquela porta HDMI mágica que envia e recebe áudio entre TV e receiver / soundbar, facilitando e simplificando a conexão entre os dispositivos, também ganha um upgrade com o HDMI 2.1 e passa a se chamar eARC. Nas portas ARC, devido à limitação de largura de banda, o Dolby Atmos era associado ao codec Dolby Digital Plus, um formato de áudio comprimido. Com o eARC, Dolby Atmos poderá vir associado ao Dolby TrueHD, um formato sem compressão, sem perdas, um sinal de áudio de alta resolução, mas que demanda maior largura de banda do que o HDMI 2.0b era capaz de entregar.
Finalizando as conexões, temos ainda 03 portas USB, 01 saída de áudio digital óptica, 01 porta LAN para rede, 01 entrada RF para TV a cabo e 01 entrada de áudio/vídeo P2 (acompanha adaptador P2/RCA) e Wi-Fi 5 (802.11ac).
E falando em conectividade, o controle remoto Smart Magic é a porta de entrada para uma experiência rica e super intuitiva com a 65B9, já que funciona como uma espécie de mouse para a navegação pelo sistema, tornando tudo mais rápido e fácil. Basta apontar para a tela e clicar no que deseja. Adicionar contas em app, digitar senhas, tudo ganha mais dinamismo o que é bem vindo. Através de botões dedicados você aciona Alexa e Google Assistente, além da possibilidade de fazer perguntas, inserir textos e acessar sites usando o assistente de voz da própria LG. O controle ainda traz teclas dedicadas para acesso rápido aos apps da Netflix e Amazon Prime, dois dos serviços de streaming mais populares no país e que usufruem das tecnologias da TV.
Controle Smart Magic que acompanha a LG OLED 65B9
Para os gamers
Além de uma excelente TV para filmes, trazendo o que há de mais moderno no mercado, a 65B9 também é uma excelente opção para os gamers ou usuários em geral que buscam uma TV para usar como monitor.
No passado, o alto input lag sempre foi uma barreira, mas a evolução do HDMI e de outras tecnologias permitiu que as TVs diminuíssem o input lag (tempo que um impulso elétrico no dispositivo de entrada leva para ser exibido na tela) e o tempo de resposta (velocidade com que um pixel muda de cor) radicalmente, com a 65B9 possuindo apenas 13ms de input lag e 1ms de tempo de resposta. Dessa forma ela consegue reproduzir rapidamente todos os comandos realizados no controle do videogame, ou no mouse e teclado do PC, funcionando bem como monitor.
Outra vantagem é o suporte nativo a frequência de 120Hz, isso associado ao suporte as principais resoluções usadas em games também de forma nativa, dessa forma temos: 1080P a 120Hz, 1440P a 120Hz e 4K a 60Hz. Na verdade a TV vai além, em teoria a 65B9 consegue entregar 4K a 120Hz, limite de frequência que o HDMI 2.1 opera na resolução 4K, porém não existe nenhum dispositivo capaz de reproduzir conteúdo com essa resolução / frequência. O Xbox One X é o único dispositivo que usufrui do HDMI 2.1 atualmente e encontrei notícias na internet mencionando que o XBOX One S adiciona o ALLM através de um update de firmware, porém apenas a próxima geração de vídeo games (Xbox Series X e Playstation 5) e de placas de vídeo deve trazer suporte completo a essas especificações. Dessa forma, não é possível testar essa resolução / frequência, apesar de a LG já ter mencionado esse suporte no passado.
Jogando Gears 5 e uma tela OLED, com HDR10, G-Sync e tela a 60Hz
Em termos de tecnologias ainda traz suporte nativo ao G-Sync, garantindo uma ótima experiência em jogos quando conectada a um computador equipado com uma GeForce RTX ou GeForce GTX Série 16. Joguei Gears 5, Call of Duty Warfare e Wolfenstein Youngblood. Enquanto Gears 5 é considerado um modelo a ser seguido em implementação de HDR10, cada título traz diferentes atributos a mesa, porém em comum, consegui rodar todos em 4K a 60FPS usando G-Sync, com variação entre 40 e 60FPS sem as anomalias visuais que eu teria sem o uso da tecnologia – tearing, stuttering e lag, tornando o jogo mais responsivo e entregando melhor jogabilidade.Como já mencionei anteriormente, ainda não é possível jogar a 4K em 120Hz, então a dúvida fica entre jogar em 4K a 60Hz ou 1440P a 120Hz. Eu diria que o ideal nesse caso é optar por 120Hz em jogos dinâmicos como FPS e deixar a resolução mais alta para jogos de estratégia e RPG, por exemplo. Mais FPS faz mais diferença em jogos competitivos, onde cada milissegundo conta e onde você precisa de imagens mais fluidas pra não perder o frag.
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Para os gamers, trazer na mesma tela as tecnologias OLED, HDR, G-Sync a 4K@60Hz ou 1440P@120 e com input lag baixo é o que torna a experiência única na LG OLED 65B9.
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A questão do burn-in
Pra finalizar, resta falar do medo que aflige aqueles que pensam em comprar uma TV OLED: A retenção de imagem! Esse defeito pode surgir de forma temporária, ou permanente – o assustador burn-in.
O burn-in acaba afetando mais os gamers e usuários que usam a TV como monitor ligado ao PC, já que a tendência é que sejam vistas mais imagens estáticas na tela e por longos períodos de tempo. Além dos gamers, esse (d)efeito também pode ocorrer com aqueles que assistem canais especializados em notícias como a Globo News ou CNN por longos períodos de tempo, já que a barra de conteúdo no rodapé permanece lá o tempo todo.
No caso da retenção temporária de imagem, fiz testes aqui deixando a TV ligada e exibindo conteúdos estáticos por 10 horas e nada aconteceu. Nenhum resíduo de imagem na tela, porém em alguns casos isso é até esperado devido ao modo como a tecnologia OLED funciona. Se acontecer, ao contrário do burn-in e como o próprio nome diz, o efeito é temporário e após alguns minutos a TV retorna ao normal, sem nenhum dano permanente.
Já quanto ao burn-in, apenas testes de uso prolongados podem passar um veredito. Por prolongado, entende-se meses testando a TV exaustivamente por longos períodos de horas diárias.
A indústria tem trabalhado em formas de evitar o burn-in em telas OLED, isso por si só já reduziu os riscos e incidência desse efeito, porém em raros casos isso pode ocorrer. O site rtings.com é uma referência nesse tipo de teste e desde Agosto de 2017 eles vem desenvolvendo testes contínuos em TVs de tecnologias variadas durante 20h por dia, 07 dias por semana, em uma frequência de 05 horas com a TV ligada / 01 hora desligada e repetindo o ciclo.
Com esse nível de stress e mais de 9.000 horas de teste, eles chegaram à conclusão que se você for assistir conteúdos variados em uma TV OLED durante a maior parte do tempo em que a mesma estiver ligada, o burn-in não será um problema. Porém se você planeja ver majoritariamente conteúdo estático, como ficar exclusivamente em canais de notícias e jogos com tarjas fixas como o FIFA, por exemplo, você pode ter um problema ao longo dos anos.
Conclusão
Não tenho muita experiência em teste de TVs, mas já fui a muitos eventos, lançamentos, demonstrações em eventos internacionais e leio muito sobre o assunto. Confesso que estava há tempo querendo testar uma TV OLED e tirar conclusões com meus próprios olhos.
Após quase 45 dias de uso variado, tendo assistido a canais de TV e usado os principais apps de streaming, com direito a filmes com Dolby Vision e Atmos, ter usado todas as features de conectividade e considerando a qualidade de imagem e as tecnologias e funcionalidades embarcadas na LG 65B9, difícil ver defeitos nela que me impeçam de sugerir esse modelo como um dos melhores modelos do mercado.
A LG acertou tanto a mão nesse modelo que acredito que até o modelo de 2020 pode ser menos atraente que a versão de 2019, já que a marca irá limitar a velocidade de transmissão do HDMI 2.1 na próxima linha a 40Gbits por segundo. Também há de se considerar o preço. Lançada há cerca de um ano no Brasil por R$ 14.999,00, atualmente é possível encontrar a LG OLED 65B9 por R$ 8.599,00 no Carrefour (atualizado em 20/07/2020). Já a LG OLED 55B9, modelo da mesma linha com 55 polegadas está a venda por R$ 5.200,00 na data dessa análise.
As TVs não são como celulares, que você troca ou é obrigado a trocar a cada dois ou no máximo três anos – obsolescência programada. Quando se escolhe uma TV o que você busca é uma parceira por muitos anos, quase um casamento, na alegria e na tristeza, que vá suportar tudo que está por vir. Em um ano em que novos consoles estão chegando, uma TV preparada para as mudanças que estão por vir e que cobre as principais tecnologias relacionadas a jogos e cinema é tudo que se pode pedir e a LG 65B9 atende perfeitamente as expectativas.
Contraste infinito e uniformidade de pretos
Dolby Vision e Dolby Atmos: experiência de cinema
Pronta para novos consoles – 04 portas HDMI 2.1
G-Sync e 4K@60 ou 1440P@120
Interação por voz com Google Assistente e Alexa
A sombra do burn-in permanece
O brilho é OK, mas poderia ser melhor
A base é muito grande e dificulta a instalação de um soundbar em ambientes compactos
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