Análise: Samsung Galaxy Note 9 - um dos melhores smartphones do mercado, mas por um alto custo

O Galaxy Note 9 é um aparelho topo de linha da Samsung voltado ao consumidor que quer o que há de melhor em tecnologias para smartphones. Assim como os modelos da linha Galaxy S, esse produto é equipado com as tecnologias mais avançadas por parte da Samsung, sendo que o diferencial da linha Note é a tela um pouco maior e a sempre presente canetinha que possibilita escrever na tela.

Especificações técnicas

Design

O Galaxy Note 9 é um celular para quem gosta de aparelhos grandes, e quer uma tela enorme. Mesmo usando a proporção de tela 18:9, as 6,4 polegadas estão dentro do limite confortável (e possível) para segurar o aparelho e usá-lo com apenas uma mão. Apesar de possível para algumas coisas, definitivamente não é o ideal.

Se por um lado é ruim ter um aparelho grande pois dificulta manuseá-lo, por outro o Note 9 conta com um grande display disponível para os aplicativos, para assistir vídeos e para jogar. A tela é grande o bastante para dividir o espaço com mais de uma função e ainda assim ter uma boa área útil. Esse display todo também é indispensável para o uso eficiente da S-Pen, como vamos comentar mais a fundo nos diferenciais. Seguindo a norma entre os aparelhos high-end da Samsung, a tela usa a tecnologia Super AMOLED e conta com alta resolução e excelentes níveis de saturação de cores, iluminação e contrastes.

A área frontal é composta praticamente só pela tela. As bordas são finas na base e no topo e inexistentes nas laterais, isso dá um resultado de acabamento arredondado nos cantos que já se tornou marca registrada da Samsung em seus aparelhos high-end. A empresa segue apostando na combinação metal nas laterais e vidro na traseira, o que resulta em um aparelho bonito, mas com os problemas já bem conhecidos como: ficar cheio de marcas de dedo e ser um tanto frágil. Melhor não testar sua sorte derrubando ele, e uma capinha é definitivamente uma pedida obrigatória, algo que até vai ajudar a deixar ele menos liso.

A dupla de câmeras na traseira estão bem incorporadas ao design do celular, sem protuberâncias, e o sensor de digital está posicionado logo abaixo. Inicialmente me chamou a atenção o quanto ele tem uma área pequena, mas felizmente na prática isso não se mostrou um problema para encontrá-lo ou para que a leitura da digital funcionasse de forma eficiente.

O Note 9 gabarita nos recursos que se busca em um aparelho topo de linha. A proteção tem certificação IP68, o que torna ele bastante resistente à água e poeira, ele tem compatibilidade com o carregamento por indução, tem um conector P2 (pois é, isso agora é diferencial) e o áudio é estéreo, saindo na parte de baixo, perto do conector USB Tipo-C e também pela caixinha onde são feitas as ligações. O som não é 100% balanceado, mas ambas tem intensidade suficiente, se por acaso você segurar o aparelho abafando uma das caixas de som.

O Note 9 tem todos os recursos que você pode querer em um topo de linha

Câmera

O Galaxy Note 9 tem um dos conjuntos mais completos e câmera disponíveis em um smartphone. Na parte traseira são duas câmeras, ambas com estabilização óptica, uma com abertura variável para entrada de luz e outra com zoom óptico de 2x, ambas com 12 megapixels de resolução. Na parte frontal, uma câmera de 8 megapixels com uma grande abertura para entrada de luz de f/1.7.

Esse “arsenal” de possibilidades torna o Note 9 um aparelho muito versátil. O Zoom possibilita aproximar objetos longe com resultados surpreendentemente positivos, mesmo em situações de baixa luz, e inclusive se saindo bem na estabilização (o vídeo abaixo junta todas essas complicações e tem um resultado excelente).

Participação do Ronaldo rbuass Buassali em vídeo.
E também aqui na plateia.
Sim, também estamos confusos. pic.twitter.com/Uc8pOxIG7t

— Adrenaline (@Adrenaline) October 2, 2018

A abertura variável não chega a trazer resultados tão diferentes uma da outra (aberturas de f/2.4 e f/1.5), mas se você quiser uma baixíssima profundidade de campo e conseguir captar um pouco mais de luz, a configuração mais aberta pode trazer uma ligeira melhora na foto final.

As câmeras são muito versáteis com abertura variável e zoom de 2x

Mas o usuário não precisa quebrar a cabeça para decidir qual configuração usar. O software da Samsung no modo automático se sai muito bem em perceber a cena e definir o melhor ajuste. O pós-processamento da imagem é intenso, e o resultado são fotos com excelente balanço de cores, saturação e contrastes.

O aparelho também conta com uma boa variedade de funções adicionais. Além de alguns tradicionais como ativar o HDR para situações com muita variação de iluminação, timelapse e o modo Pro, onde o usuário pode fazer os ajustes manualmente. Ele também conta com um modo de câmera lenta capaz de fazer vídeos a 960 quadros por segundos (por alguns instantes) e também fotos com onde o nível de desfoque do fundo pode ser ajustado.

A câmera frontal consegue fazer fotos excelentes, mesmo em situações muito escuras, porém ao apostar em uma grande abertura, o aparelho passa um pouco de trabalho para manter o foco. Como acontece em outros aparelhos da Samsung que usam lentes com grande abertura, alguém pode ficar levemente desfocado se ficar numa posição um pouco mais afastada que os demais na foto. Na imagem abaixo também tem a aplicação de um pós-processamento do modo “selfie de foco”, que posteriormente borrou mais o fundo.

O Note 9 mantém a Samsung na vanguarda da tecnologia de câmeras embarcadas em celulares, entusiastas de fotografia e vídeo que querem um excelente smartphone capaz de fazer fotos e vídeos de alta qualidade devem cogitar esse modelo.

Performance

Como é de se esperar de um modelo topo de linha, e tão caro, a performance do aparelho são impecáveis, abrindo de forma quase imediata os apps e alternando entre uma grande quantidade deles sem nenhum sinal de dificuldades ou lentidão.

O Note 9 é equipado com o mais potente chip da Qualcomm, o Snapdragon 845, e tem 6 ou 8GB de memória RAM. A versão brasileira tem sido vendida com a quantidade menor de memória, mas na prática quase não há diferença na experiência do usuário nesses 2GB a menos.

Ao usar o chip mais potente da Quacomm, isso significa que também está incorporado um processamento gráfico de alto desempenho, o que faz com que esse aparelho rode jogos e outros aplicativos pesados em 3D sem nenhuma dificuldade.

Autonomia

Um ponto crítico dos modelos topo de linha é a duração de bateria, e essa foi uma das nossas principais críticas ao Galaxy S9 em nossa análise do aparelho. Por outro lado, smartphones maiores também costumam trazer baterias mais robustas. O Note 9 sobe a carga da bateria dos 3000mAh (Galaxy S9) para os 4000mAh.

Esse aumento na carga é também contrabalanceado pelo aumento do tamanho do display, sendo que esse é justamente o componente que mais consome energia. Porém, o saldo parece ser positivo: o Galaxy Note 9 entregou 8h40min de tela acesa, de acordo com estimativas do aplicativo AccuBattery, e tem um uso combinado de 22h30, o que indica que ele segura um dia de uso. Apesar de não figurar entre os melhores resultados que já obtivemos, é acima da média para o segmento high-end e é bom, considerando a ampla tela que equipa ele.

O carregador rápido se vira bem e consegue devolver 40% em 30 minutos. Então mesmo que você faça um uso muito intenso do aparelho e precise conectar ele na energia, não é necessário muito tempo para ter o suficiente de bateria para terminar o dia.

Adicionais

A linha Note sempre contou com um grande diferencial: a caneta. A S-Pen é usada em conjunto com o grande display para possibilitar a escrita confortável na tela. O Note 9 é extremamente eficiente para quem quer usar a caneta e fazer anotações e desenhos. Basta tirá-la do slot, que já surgem atalhos para: desenhar sobre uma captura do que tem na tela, extrair texto de uma foto, fazer a tradução ou mesmo gerar mensagens animadas com sua caligrafia.

Tudo isso funciona de forma muito orgânica e responsiva. Assim que você aproxima a caneta, aparece na tela uma indicação de onde a ponta vai tocar, e o traço reage à pressão que você aplica contra a tela. Mesmo com a tela bloqueada, puxar a caneta já possibilita fazer rascunhos que são automaticamente salvos, o que agiliza a tomar notas.

No restante, a experiência é próxima dos demais modelos topo de linha da Samsung. Ele conta com o pagamento através do Samsung Pay, tanto através do NFC quanto a tecnologia que é lida por tarjas magnéticas, o que aumenta em muito a quantidade de máquinas compatíveis. A interface recebe as modificações da Samsung Experience, que altera algumas interfaces, mas hoje é bem mais próxima e comedida que coisas como a TouchWiz, no passado. Apesar de trazer alguns apps pré-instalados, felizmente nenhum deles são jogos com pop-ups irritantes. Alguns softwares que já vem no smartphone são muito populares, caso do Facebook e do Instagram,ou podem se mostrar úteis como é o caso do kit de apps da Microsoft, com o Office e o Powerpoint.

O diferencial menos útil, sem dúvida para nós brasileiros, segue sendo a aposta da empresa sul-coreana na área de assistentes inteligentes. A Bixby segue falando apenas coreano, chinês ou inglês,. Ainda assim, ela tem um botão dedicado a ela, que no momento não tem muita funcionalidade para o consumidor brasileiro, e que não pode nem desabilitar esse botão em definitivo se não pretende usar o recurso. A última tela da esquerda, também traz um conjunto de cartões do “Hello, Bixby”, porém esse painel pode ser retirado.

Conclusão

O Galaxy Note 9 segue sendo uma referência dentro da indústria. Ele traz o que há de melhor de tecnologias por parte da Samsung, e por consequência, é um dos melhores smartphones que podem ser adquiridos.

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Sem dúvida, um fator determinante para o consumidor definir se esse produto se encaixa com seu perfil é a questão do tamanho. Mais do que a canetinha, a primeira coisa que chama a atenção no Note 9 é seu porte. Só faz sentido para o consumidor que vai aproveitar a área integral da tela e não se incomoda que o aparelho seja um pouco difícil de manusear por conta de seu tamanho. A caneta é uma interessante adição e gostei de algumas interações disponíveis com ela, mas creio que é um nicho bastante limitado de consumidores que buscam essa experiência.

Esse aparelho gabarita em todos os recursos que você pode esperar de um aparelho, com excelente e ampla tela, altíssima performance e se sai bem até mesmo onde os smartphones topo de linha não costumam se destacar, que é a autonomia, ele entregou uma boa duração de bateria.

O que obviamente ele não conseguiu escapar, quando o assunto é aparelho high-end, foi do altíssimo preço cobrado nesse tipo de produto. O valor anunciado é de R$5,6 mil, está entre os aparelhos mais caros que podem ser comprados. Com esse valor dá para comprar dois bons smartphones intermediário/premium. Aqui as leis de relação entre custo e benefício não se aplicam e só faz sentido esse produto para o consumidor que quer o que há de melhor, e o preço não é um problema. Nesse caso, o Note 9 é um dos melhores aparelhos que é possível comprar.