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Smartphone

Análise: Samsung Galaxy S9

Pequenas melhorias em um dos melhores smartphones do mercado

O Samsung Galaxy S9 é a versão mais compacta dos modelos topo de linha da Samsung, com tela de 5.8 polegadas. É um celular de alta performance, design caprichado e excelente câmera, ou seja, todos os recursos que esperamos de um celular high-end e de alto custo.

Seu objetivo é brigar pelos consumidores mais exigentes, fazendo frente a rivais como o iPhone X e 8, além de outros aparelhos Androids topo de linha. 

Samsung Galaxy S9

Samsung Galaxy S9

Apple iPhone X

Apple iPhone X

Samsung Galaxy S9+

Samsung Galaxy S9+

Comparativo

Preço de Lançamento
Preço de Lançamento
R$4.999,00 15/03/2018
US$999,00 12/09/2017
R$5.999,00 15/03/2018
Preço Atualizado
Preço Atualizado
R$2.900,00 18/10/2018
R$6.999,00 21/11/2017
R$3.599,00 09/08/2018

Ficha Técnica

Fabricante
Fabricante Samsung Apple Samsung
Site oficial
Site oficial

Tela

Tamanho
Tamanho 5,8 polegadas 5,8 polegadas 6,2 polegadas
Resolução
Resolução 1440 x 2960, 570 ppi 1125 x 2436, 458 ppi 1440 x 2960, 529 PPI
Tecnologia
Tecnologia Super AMOLED OLED Super AMOLED
Proteção
Proteção Corning Gorilla Glass 5 Scratch-resistant glass, oleophobic coating Corning Gorilla Glass 5

Câmera

Traseira
Traseira 12MP Dual 12 MP (wide) e 12 MP (tele) Dual 12MP + 12MP
Vídeos
Vídeos 3840 x 2160 (4K) em 60fps 2160p 60 fps 3840 x 2160 (4K) a 60fps
Frontal
Frontal 8MP 7MP 8MP
Detalhes
Detalhes Abertura variável f 2,4 e f 1,5 na câmera principal, estabilização óptica e autofoco laser Câmeras traseiras grande-ângular (f/1.8, 28mm) e Zoom 2x (f/2.4, 52mm), foco phase detection, flash quad-LED Abertura variável f 2,4 e f 1,5 na câmera principal, estabilização óptica e autofoco laser

Especificações

Sistema Operacional
Sistema Operacional Android 8.0 (Oreo) iOS 11+ Android 8 (Oreo)
Processador
Processador Qualcomm Snapdragon 845 ou Samsung Exynos 9810 A11 Bionic Qualcommm Snapdragon 845 ou Samsung Exynos 9810
Número de núcleos
Número de núcleos 8 6 8
Clock
Clock 4×2.7 GHz + 4×1.7 GHz ou 4×2.8 GHz + 4×1.7 GHz 2.39 GHz (2x Monsoon + 4x Mistral) 4×2.7 GHz + 4×1.7 GHz ou 4×2.8 GHz + 4×1.7 GHz
GPU
GPU Adreno 630 e Mali-G72 MP18 Apple GPU Adreno 630 e Mali-G72 MP18
Memória RAM
Memória RAM 4 GB 3 GB 6 GB
Armazenamento interno
Armazenamento interno 64, 128 ou 256 GB 64, 256 GB 64, 128 ou 256 GB
Cartão microSD
Cartão microSD até 400GB Não possui até 400GB
Bateria
Bateria 3000 mAh 2716 mAh 3.500 mAh
Dimensões
Dimensões 147,7 x 68,7 x 8,5 mm 143.6 x 70.9 x 7.7 mm 158,1 x 73,8 x 8,5 mm
Peso
Peso 163 g 174 g 189 g
Portas de conexão
Portas de conexão USB 3.1 Tipo-C Lightning USB 3.1 Tipo-C
REDE
REDE LTE LTE 4G
Tipo de cartão SIM
Tipo de cartão SIM Nano SIM Nano SIM Nano SIM

Recursos

Leitor de Digital
Leitor de Digital SIM NÁO SIM
Resistência
Resistência IP68 IP67 IP68
Radio
Radio NÃO NÁO NÃO
Bluetooth
Bluetooth 5.0 5.0 5.0
Carregamento sem fio
Carregamento sem fio SIM NÁO SIM
NFC
NFC SIM SIM SIM
GPS
GPS GPS, A-GPS SIM A-GPS, GLONASS, BDS, GALILEO
Extras
Extras Sensor de íris, sensor de batimentos cardíacos Apple Pay, Carregamento por indução, Face ID Sensor de íris, sensor de frequência cardíaca

Design

O Galaxy S9 não muda muita coisa se comparado ao seu antecessor, o S8. Seu corpo é composto por uma traseira em vidro e laterais metálicas, com um vidro frontal com acabamento curvado, que faz praticamente não existirem bordas nas laterais. O acabamento em vidro não é dos mais resistentes, mas é indiscutivelmente bonito, especialmente nessa cor roxa usada no modelo enviado pela Samsung Brasil para testes. Pena que as marquinhas de dedos tiram um pouco da beleza do aparelho, como vai dar para notar em algumas fotos ao longo da análise.

Por conta das bordas praticamente inexistentes nas laterais e o uso de uma tela na proporção 18:9, mesmo com sua tela de 5.8 polegadas esse é um excelente aparelho para ser usado com apenas uma mão, sendo bem confortável e uma ótima opção para quem prefere um celular mais compacto.

O Galaxy S9 mantém alguns recursos interessantes presentes em seu antecessor, como é o caso da proteção IP68, uma certificação que garante resistência à água. Apesar dessa classificação garantir 30 minutos submerso em 1 metro d’água, na prática o que importa é que mesmo que você pegue uma chuva no caminho ou seu aparelho seja derrubado na água por acidente, não há porque se preocupar. A traseira em vidro também possibilita outro recurso útil: o carregamento por indução.

 

O reposicionamento do sensor de digitais fez diferença na experiência. Ele foi movido do lado da câmera para logo abaixo dela, um local que reduziu em muito os toques acidentais na lente. Além de obviamente fazer a leitura da digital falhar, esse toque acidental na lente da câmera fazia com que ela sujasse com mais frequência, algo que compromete as fotos se você não fizer a limpeza. Apesar de continuar muito próximo da lente, raramente errei a posição do sensor de digitais.

Performance e autonomia

O que se espera de um celular muito caro? Um hardware poderoso. O Galaxy s9  de nossos testes usa o Qualcomm Snapdragon 845 combinado com 4GB de RAM e 120GB de armazenamento. O desempenho é exatamente o que se espera de chips tão poderosos: ver qualquer sinal de lentidão nesse aparelho é um desafio.

Mesmo com múltiplas aplicações rodando e com muita alternância entre elas, o celular não deu qualquer sinal de “sentir o tranco”. Mesmo no processo inicial de configuração, onde ele está sincronizando dados de várias contas e apps enquanto ainda está trabalhando em se atualizar, não vi qualquer sinal de travamento ou lentidão.

O único ponto negativo que percebi nesse aspecto foi um aquecimento. Nos momentos que é mais exigido, dá pra perceber o aumento da temperatura do aparelho. Não é algo que torna seu uso desconfortável, mas é um mau sinal sobre eficiência do projeto e do SoC. o que nos trás para a minha principal crítica.

O Galaxy S9 merecia uma melhor autonomia. O Snapdragon 845 e a tela de alta ampla e de alta resolução devoram os indefesos 3000 mAh de bateria disponível, e o resultado é um aparelho que chega ao final de um dia com dificuldades. Se você for um entusiasta no celular, daqueles que está sempre checando redes sociais, vendo vídeos ou, pior, jogando muito no aparelho, é bem provável que o Galaxy S9 vai descarregar no meio da tarde. 

Essa triste realidade não é algo exclusivo do Galaxy S9, fizemos uma crítica parecida na análise do iPhone X. Assim como vários outros modelos topo de linha, a combinação design fino (e com pouco espaço para bateria) com telas de alta resolução e chips potentes (e gastões) resultam e visitas mais frequentes às tomadas.

Ativando o modo economia de energia, que reduz a resolução para o FullHD e restringe a performance do SoC a duração de bateria ficou mais convincente, ainda chegando com uns 30% restante da carga. Mesmo com esse resultado melhor, não deixa de ser irônico ter que reduzir suas capacidades para algo que temos em segmentos intermediários para conseguir uma melhor duração de bateria. Dá a sensação de alguns milhares de reais mal investidos, não?

Câmera

O Galaxy S9 vem com uma câmera traseira de 12MP com o excelente sensor Sony IMX345 e na parte frontal uma de 8MP com o sensor Sony IMX320. Na parte da fotografia está a principal diferença do Galaxy S9 comparado ao Galaxy S9+ (além do tamanho): esse aparelho não possui uma segunda câmera traseira com zoom. Nesse comparativo o S9 também fica em desvantagem comparado ao iPhone X, que também possui duas câmeras traseiras.

Porém o grande trunfo da “câmera reimaginada” (slogan do marketing desse aparelho) é um novo truque na manga: a abertura variável da lente. Assim como câmeras profissionais e semi-pro, o Galaxy S9 consegue mudar a abertura para a entrada de luz, algo que pode ser útil para melhorara a imagem em locais muito escuros quanto aumentar a nitidez em cenas mais claras, controlando a quantidade de luz que entra. Vocês podem ler mais sobre isso nesse link.

Ok, e na prática, o que essa tecnologia se mostrou capaz?

 

Nesse teste usamos duas situações diferentes de luz: os bonecos estão em um cenário moderadamente iluminado, enquanto o nutritivo e quase nada calórico hambúrguer com fritas está em um espaço com iluminação bastante limitada. A diferença da profundidade de campo é bastante evidente na segunda cena, onde as fritas ficam bastante fora de foco quando a abertura usada é de f/1.5.

Mas quando voltamos a atenção para benefícios, essa maior abertura não entregou algo muito diferente do que a foto em f/2.4 fez. O ISO usado é o mesmo nas duas configurações (ISO 320 na cena dos bonecos, ISO 400 no hambúrguer) enquanto a principal variação foi na exposição. Com abertura em f/1.5, a exposição foi de 1/24, metade do tempo que foi feita a foto em f/2.4. Essa diferença não é relevante, já que ambas fizeram uma exposição longa e, curiosamente, parece que eu me mexi mais na exposição mais curta, que resultou em uma imagem ainda menos nítida. Um abertura tão grande também torna mais difícil acertar o foco, já que a área que terá definição é bastante reduzida.

Resumo da ópera: em ótimas condições de luz, a abertura variável não parece oferecer diferenças notáveis, enquanto em cenas pouco iluminadas as diferenças existem, mas não parecem valer o esforço. O espaço pra entrada de luz é tão restrito que as variações de f/1.5 para f/2.4 não resultam em possibilidades de fotos tão distintas assim. É muito diferente de uma câmera fotográfica com lentes que entregam valores que podem começar em f/1.8 e terminar em f/22, e por conta disso possuem muito mais versatilidade e possibilidades de composições.

Ok, gimmick do ano superado, o que nos resta falar sobre a câmera? Que ela é fantástica. Mesmo em condições péssimas de luz, o smartphone se vira com longa exposição e ISO não muito alto para entregar fotos impressionantes. O Galaxy S9 entrega uma das melhores, se não for a melhor, câmera disponível entre smartphones, e não vai decepcionar o consumidor que busca um excelente celular para bater fotos.

Fizemos um comparativo com o iPhone X e deixamos por conta do público escolher quem se saiu melhor. Colocando aqui os meus “dez centavos sobre o assunto” colocando lado a lado as fotos feitas pelos dois aparelhos mostram algumas decisões de software tomadas pela samsung, como deixar a exposição mais clara e as cores mais saturadas que a Apple. Em geral isso resulta em fotos que “saltam aos olhos” mais que as fotos mais realistas e equilibradas do modelo a Apple. Apesar dessas diferenças, na prática acredito que o consumidor é muito bem atendido por ambos os modelos.

Funções adicionais

O Galaxy S9 é equipado com alguns diferenciais importantes. Um já clássico da série é a tela com borda infinita, com esse acabamento curvado nos cantos. A Samsung incluiu um atalho para apps mais usados ou contatos mais frequentes que pode ser acionado com o deslizar do canto dessa tela. Um efeito de luz nas bordas indica que chegou uma notificação, algo que é visível mesmo se o aparelho estiver com a tela para baixo devido a essa curva.

A empresa manteve um conjunto de múltiplas formas de biometria, com a digital na parte traseira, reconhecimento facial através da câmera frontal e leitor de íris. Infelizmente tenho minhas restrições com todos eles: o sensor de digitais poderia ser um pouco maior, como feito em outros aparelhos, porque facilita encontrá-lo e aumenta a chance de leitura correta. O sensor de íris precisa estar em uma posição bastante adequada para funcionar e basta um óculos para dificultar o funcionamento, além de sempre levar um tempinho para o reconhecimento acontecer. E o reconhecimento facial do Android é um método bastante inseguro e ineficiente, ninguém devia usá-lo.

Na onda dos Animojis lançados pela Apple, a Samsung não perdeu a viagem e também lançou seu equivalente, os Emoji AR. Ao invés de usar os tradicionais emoticons, a empresa sul-coreana criou um sistema que gera um avatar do usuário que pode ser usado em vídeos recriando os movimentos do usuário ou em animações pré-definidas. O resultado é esse ali em cima, deixo por sua conta decidir se ficou legal ou não.

A Samsung já consolidou sua política de alterar a interface do Android, algo que já passou por fases negativas, com excessos de mexidas, até o período atual, onde as coisas estão mais ponderadas. A Samsung Experience (nome atual da interface TouchWiz) é bem mais discreta nas alterações do que já foi no passado.

Vídeo análise


Abaixo a vídeo análise do aparelho.

Conclusão


O Galaxy S9 é um dos melhores smartphones que você pode comprar. Seu design é bonito, a tela tem excelentes cores e altíssima definição, a performance garante respostas instantâneas e a câmera entrega uma das melhores experiência possível em fotografia em celulares.

{notas}

Como não existe produto perfeito, o Galaxy S9 ainda tem seus deslizes. O mais incômodo é a duração de bateria. Assim como outros modelos topo de linha, ele não é um dispositivo que entrega com segurança um dia completo de uso. Basta você “se empolgar um pouco mais” para ver sua bateria ser drenada e precisar ir atrás de um carregador no meio do dia. Infelizmente os aparelhos com duração de bateria mais convincente ainda estão nos segmentos intermediário/premium ou mais baratos.

Outro problema não é novidade nenhuma: aparelhos topo trazem um custo elevado, e o Galaxy S9 não é pra qualquer bolso. Com preço próximo dos R$ 4 mil, ele acaba sendo ofuscado por antecessores, como é o caso do Galaxy S8 (R$ 2.6 mil) ou até mesmo o Galaxy S7 (R$ 1.5 mil). Mesmo não trazendo as últimas novidades, esses aparelhos ainda são excelentes e tem preços muito mais competitivos, disputa que fica complicada para o S9 pelas poucas novidades importantes nessa nova geração.

Em uma disputa entre iPhone X e Galaxy S9, na realidade o consumidor não está escolhendo o telefone. Está escolhendo o ecossistema. Ambos tem tudo o que pode se esperar de um smarpthone caro, sendo que a real diferença na experiência entre os dois modelos são as funcionalidades  presentes no Android e no iOS, além dos serviços oferecidos por Apple e Samsung.

Prós

Belíssimo design

Excelente tela

Câmera de altíssima qualidade

Alta performance

Contras

Abertura variável trouxe pouca diferença nas fotos

Câmera traseira adicional ficou de fora nesse modelo

Preço elevado