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Vestível

Amazfit Stratos é um barato e excelente relógio inteligente para acompanhar seus exercícios

Com várias funcionalidades de monitoramento, gadget só fica devendo um ecossistema de aplicativos

30/12/2018 15:36 Update 10/12/2019 20:17 0

A Amazfit/Huami é uma empresa especializada em vestíveis, sendo a provedora de tecnologias nessa área para a Xiaomi e bastante envolvida em produtos populares como a Mi Band. O Stratos (também chamado de Pace 2 em alguns lugares) é um smartwatch que traz um excelente balanço entre funcionalidades e preço, sendo um relógio inteligente capaz de monitorar exercícios, sono, receber notificações e armazenar músicas, tudo por um preço abaixo dos R$ 1 mil. Um de seus destaques é a autonomia, prometendo até 5 dias de uso regular com a tela sempre acesa, mérito do uso de uma tela híbrida que traz uma e retroiluminação.

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Especificações principais

– Display de 1.34”, resolução 320×300, transfletiva e retroiluminada
– Processador dual-core 1.2GHz
– 2GB de RAM, 4GB de armazenamento
– Conectividade Bluetooth 4.0, WiFi Bluetooth LE
– Bateria de 280 mAh com 5 dias de autonomia (uso leve) e até 11 dias (stand-by)
– 5 ATM de resistência
– Sensor de batimentos
– GPS e GLONASS

Análise em vídeo

Design

O Amazfit Stratos traz o visual de um relógio tradicional e com um porte médio. Ele não ficou excessivamente alto, como acontece com alguns smartwatches, e fica bem mesmo em pessoas com um pulso e um tamanho intermediário. Entre os destaques estão um belo acabamento cromado e uma textura que lembra kevlar nas laterais.

As bordas em torno da tela são bastante visíveis, mas não chegam a comprometer a beleza do vestível. O único problema é que elas foram “disfarçadas” com marcações de minutos típicas de um relógio com ponteiros, e ficam sem sentido se o usuário optar por um mostrador digital. Outro fator que não me agradou foi o visual “pneu furado”, o mesmo que ficou conhecido em um dos primeiros smartwatches, o Motorola Moto 360. Aquela pequena porção da tela é perdida para dar lugar a um sensor de luminosidade.

O smartwach possui três botões na lateral direita (se você usar ele na mão esquerda, como eu). Eles servem como forma de alternativa de navegar na interface, além do uso da tela sensível a toques. Eles aparentam ter boa qualidade e tem um encaixe bem preciso, e são muito bem-vindos quando molhamos a tela e o sensor de toques para de funcionar.

Falando da tela, esse display está sempre visível graças a tecnologia transfletiva. Isso significa que essa tela consegue tanto deixar raios de luz vindo da parte traseira atravessarem o display quanto também permite que os raios externos sejam refletidos para fora. Isso resulta em uma visibilidade híbrida: quando está em lugar muito iluminado, dá pra ver as informações na tela da mesma forma que um e-Paper ou um Pebble fazem, enquanto que nos locais escuros entra em ação a retroiluminação, acionada pelo destrave do aparelho ou por gesto de inclinar o pulso.

Essa abordagem híbrida funciona bem nos dois extremos: quando o sol ou outra fonte muito forte de luz bate na tela, ou quando estamos em um lugar muito escuro e a discreta retroiluminação entra em ação. Em locais “meio-termo”, as vezes é preciso ficar inclinando para ver algum detalhe menor na tela, especialmente em temas em que a pouca resolução do display dificulta ver elementos pequenos.

 

Funcionalidades

A Amazfit é principalmente um gadget para fitness. Por isso conta com uma série de sensores e funcionalidades voltadas ao rastreamento de atividades físicas. Graças a sua resistência de até 5 ATM, ela acompanha o usuário até mesmo em braçadas na piscina, tornado ela versátil para acompanhar desde corrida até natação. Só vai ficar de fora de atividades coletivas como vôlei e basquete por exemplo, pois não dá para usar um relógio nesses esportes. Nessas situações, se você colocá-lo no bolso, ao menos vai contar os passos.

O aparelho também conta com memória interna e GPS, então você será capaz de deixar seu celular em casa e ainda assim ter o seu trajeto salvo bem como vai dar para ouvir músicas em um fone bluetooth. Para armazenar suas faixas, há um total de 4GB de memória interna. Só não vai dar para atender ligações, já que não temos nesse modelo a conexão LTE, algo que até o momento tem ficado restrito aos modelos mais caros de smartwatches.

Você pode acionar manualmente para que um exercício seja monitorado, o que vai colocar em ação todos os sensores como GPS, batimentos cardíacos e de movimento. Se não fizer o início manual, o relógio ainda vai registrar sua atividade ao longo do dia contando passos dados e você também pode ligar o modo em que ele eventualmente checa seus batimentos cardíacos, algo que aumenta um pouco o consumo de bateria.

O Stratos também pode ser usado para registrar o sono do usuário, algo que ele faz de forma automática. Aqui não temos algo no nível de equipamentos dedicados a verificar a qualidade do sono: ele só usa o sensor de movimento para perceber se a pessoa está se mexendo muito ou não, e dá estimativas de tempo em sono profundo e leve, por exemplo. Em geral, ele passou bem perto de acertar os horários que realmente estava dormindo, mas se você fica fuçando no celular antes de dormir ou antes de levantar, ele pode confundir e acidentalmente aumentar o tempo de sono estimado.

 

Um dos grandes destaques é a grande quantidade de informações que podem ser exibidas na tela. Você pode ver conversas inteiras que se acumularam no WhastApp, deslizar a tela girando o pulso, tocando na tela ou usando os botões. Também dá pra ver a previsão do tempo, mas o ponto alto é a grande quantidade de informações exibidas na tela enquanto você faz o exercício. são múltiplos displays, e você pode customizar o que aparece em cada um. Depois de finalizar um treino dá pra ver no relógio as principais informações do relatório final, sem a necessidade de olhar no smartphone.

Talvez o maior problema desse modelo frente a rivais no mundo dos smartwatches é seus sistema. Ele usa um software proprietário e que não possui a capacidade de instalar novos aplicativos, nem possui um ecossistema de apps, diferente de um Android Wear, um Tizen da Samsung ou um Apple Watch. Isso quer dizer que, com raras exceções como é o caso da sincronia com o Strava, você não vai conseguir exportar os dados para outras plataformas de fitness e nem vai conseguir adicionar funcionalidades baixando novos apps.

 

Autonomia e performance

No desempenho o Amazfit se sai bem. Em geral não há travamentos quando alternamos as interfaces, e é difícil ver ele travar ao longo do uso. O que não me agradou foi a sensibilidade da tela: as vezes o display não responde ao toque se você fizer de forma muito leve e você precisa repetir comandos, eventualmente. Também gostaria que os comandos longos, como pressionar o botão central para voltar ao relógio o ou superior para voltar uma tela, não precisassem de tanto tempo de pressionamento para serem acionados.

Em autonomia, a estimativa oficial de 5 dias é meio exagerada. A realidade é de em torno de 3 dias de uso, podendo cair para 2 se você fizer uso intensivo do monitoramento por GPS. Apesar de ser menos que o prometido, ainda é ótimo frente a outros gadgets no estilo smartwatch que precisam ser recarregados todo dia, e com o adicional que esse aparelho tem a tela sempre acesa. Mesmo usando bastante para ler as notificações, ver previsão do tempo e eventualmente registrando algum exercício, ela consegue segurar uns dois a três dias.

Conclusão

A Amazfit Stratos é um dos melhores relógios inteligentes que já testamos. Ele entrega um excelente balanço em vários aspectos, desde funcionalidades, performance, design e, principalmente, o preço.

{notas}

Mesmo não chegando ao nível dos modelos high-end que hoje já possuem LTE e que conseguem conectar na rede e até atender ligações, esse modelo realiza uma série de funções por um custo muito mais acessível. Especialmente se o seu foco for exercícios, ele é bem completo com GPS embutido, programas de exercícios, monitoramento de batimentos e relatórios bastante completos tanto na tela do relógio quanto no smartphone. Para alguém que quer as “funções smart”, ele também mostra notificações, serve como despertador e monitora sono, traz apps de cronômetro e mostra até a previsão do clima.

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Seu ponto fraco acaba sendo o sistema operacional proprietário e a inexistência de uma plataforma de apps robusta por trás. Diferente de outros smartwatches, o Amazfit está limitado a suas funções de fábrica, sem uma biblioteca de softwares feitos por terceiros capazes de expandir suas capacidades. Isso é uma pena pois até mesmo smart bands, como a Gear Fit 2, conseguem ganhar apps com Spotify ou uma infinidade de telas iniciais diferentes, tudo graças a um ecossistema de desenvolvedores atuando.

O Amazfit Stratos é um excelente relógio inteligente com funções de monitoramento de exercícios e preço acessível

Com essas características e um preço que varia de 700 a 900 reais, seu maior problema é que não está disponível no Brasil, o que torna necessário importá-lo e com isso traz as inconveniências como a demora na entrega e possíveis taxas que podem ser cobradas. Porém se você quer um relógio inteligente com funções fitness, belo design e preço baixo, esse é atualmente o melhor modelo que testamos até o momento.

Prós

Display sempre visível

Telas mostram muita informação

Ótima autonomia

Sensor de batimentos, GPS embutido, memória interna para músicas

Múltiplos esportes e rotinas de exercícios pré-programadas

Preço excelente

Contras

Difícil de enxergar a tela em algumas situações de luz

Não está traduzido para o português brasileiro

Não possui uma plataforma de apps para adicionar funções

Sem conectividade LTE

Não está disponível no Brasil