Filipe Carbone 
No período entre abril e junho de 2023, o mercado brasileiro de celulares experimentou uma queda acentuada nas vendas, totalizando 8.861.360 unidades vendidas. Este número representa uma diminuição significativa em relação ao mesmo trimestre de 2022, cerca de 21,9%. A receita do setor também sofreu, caindo 32,4%, com um faturamento total de R$ 13,15 bilhões.
Apesar desse cenário, os smartphones equipados com tecnologia 5G demonstraram um bom desempenho. Isso porque as vendas desses dispositivos aumentaram 126% em relação ao ano anterior, alcançando cerca de 3,4 milhões de unidades. Esse crescimento é atribuído à maior disponibilidade e preços mais acessíveis dos modelos 5G.
A IDC Brasil, no estudo Mobile Phone Tracker, destacou que a faixa de preço mais popular entre os consumidores foi até R$ 999,00, representando 47,4% do volume total de vendas. O preço médio dos smartphones, no entanto, foi de R$ 1.543,00, uma redução de 13,6% em comparação com 2022.
O mercado cinza, que inclui a venda de dispositivos não autorizados, também mostrou um crescimento preocupante. No segundo trimestre de 2023, o faturamento deste segmento foi de R$ 772,2 bilhões, um aumento de 4,54% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em termos de volume, foram vendidos 898.881 aparelhos no mercado cinza, um crescimento de 4,1%.
IDC opina sobre o futuro dos smartphones no Brasil
Andréia Chopra, analista de Pesquisa e Consultoria de Consumer Devices da IDC Brasil, observou que o mercado cinza se fortaleceu devido à acessibilidade de preços e à diversidade de produtos com especificações avançadas. Esse fenômeno representa uma concorrência desleal para o mercado oficial de smartphones.
Para o restante de 2023, a IDC Brasil projeta uma melhora modesta nas vendas no terceiro trimestre, embora ainda abaixo dos números do ano anterior. A expectativa é de que as vendas de Black Friday e Natal impulsionem o mercado no último trimestre do ano.
Para o futuro, a IDC Brasil prevê um desempenho geral melhor para o mercado de celulares em 2024. A demanda reprimida por trocas de aparelhos e a expansão da rede 5G devem ser os principais motores desse crescimento. A analista Andréia Chopra espera que a atualização para smartphones 5G e a atratividade de preços para modelos mais robustos estimulem as vendas no próximo ano.
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