Uma ação judicial coletiva contra a Apple por causa de usos criminosos da etiqueta inteligente AirTag agora inclui dezenas de novos casos que denunciam crimes facilitados pelo equipamento de rastreio da empresa.
Mais de 30 moradores dos Estados Unidos, Canadá e Irlanda passaram a fazer parte de um processo em andamento que acusa a Maçã de ser negligente por permitir que o dispositivo fosse utilizado para rastrear pessoas, o que pode levar a uma série de desdobramentos como violência doméstica, perseguição e até homicídio.
Entre os casos, há a história de um jovem que foi seguido pela ex-namorada até um bar e atropelado em frente ao local depois de ter a localização mostrada por uma AirTag posicionada sem o seu consentimento.
A polêmica em torno da Apple AirTag
De acordo com o texto do processo, a empresa não só falha ao impedir o uso da etiqueta inteligente para mostrar a movimentação de pessoas, mas também fez esse tipo de uso criminoso explodir ao redor do mundo — o documento fala em 150 denúncias à política só nos Estados Unidos até abril de 2022.
O caso original foi iniciado no final de 2022 por um grupo de mulheres que denunciou o uso das AirTags, que foram usadas como mecanismo de stalking por ex-namorados.
A principal queixa é que o dispositivo é de fato extremamente preciso em mostrar deslocamentos em tempo real, mas não há qualquer diferenciação se ele foi anexado a uma mochila para ela não ser perdida ou no carro de alguém para rastreio ilegal, por exemplo.
Apple e Google já começaram a implementar mecanismos de alerta de AirTags desconhecidas nas proximidades, mas os recursos criados até agora são considerados insuficientes pela acusação.
Em outro relato do processo, uma mulher alega que ela e a filha são alvo de ameaças de morte constantes e até recebem alertas no iPhone de que uma AirTag está próxima, mas não conseguem localizar o dispositivo e sabem que o seu posicionamento está sempre nas mãos de um desconhecido.
A acusação alega que a empresa viola leis federais e estaduais com o produto e invade a privacidade de vítimas em potencial. A pena solicitada é de indenização para as vítimas e uma notificação à empresa pelo funcionamento falho desses dispositivos.
Por enquanto, a Apple não se manifestou oficialmente sobre o caso e tem até o dia 27 de outubro de 2023 para formular uma argumentação e enviar ao tribunal.
Fonte: Arstechnica
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