O CEO da Apple, Tim Cook, revelou em uma entrevista à CBS no programa “Sunday Morning” que a empresa está em constante avaliação quanto à sua decisão de continuar anunciando na plataforma X — anteriormente conhecida como Twitter — de propriedade de Elon Musk. As preocupações surgiram após acusações de antissemitismo direcionadas ao empresário.
Cook, em sua declaração, destacou a importância da plataforma X como um espaço crucial para o discurso online, mas também ressaltou que há aspectos preocupantes, como a promoção do antissemitismo na plataforma. “É algo que constantemente nos questionamos“, afirmou Cook na entrevista.
O CEO da Apple foi enfático em sua posição, afirmando que “sem rodeios, não há lugar para isso“, referindo-se ao antissemitismo. Essa postura firme em relação aos conteúdos prejudiciais demonstra a preocupação da Apple com a responsabilidade das plataformas online em relação ao discurso e conteúdo compartilhado por seus usuários.
Esses comentários de Tim Cook surgem em meio a um momento delicado para Elon Musk, que está programado para se encontrar com o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na próxima segunda-feira (25). Esse encontro ocorre em meio a crescentes preocupações sobre o antissemitismo na plataforma X/Twitter. Musk, em uma postagem anterior, afirmou que as discussões se concentrarão em inteligência artificial.
Crescente discurso de ódio no X/Twitter
Organizações sem fins lucrativos e pesquisadores independentes têm alegado que o discurso de ódio e o conteúdo ofensivo se tornaram mais disseminados na plataforma desde que Musk assumiu o controle em outubro. Tanto Musk quanto a plataforma X/Twitter têm contestado essas alegações.
Recentemente, Elon Musk ameaçou processar a Liga Antidifamação (ADL, na sigla em inglês) depois que o grupo de direitos civis relatou que as postagens antissemitas na plataforma X aumentaram consideravelmente sob a gestão de Musk na empresa. Musk culpou a ADL pela queda de 60% nas receitas publicitárias, alegando prejuízos financeiros.
Além disso, Musk também entrou com um processo contra outra organização sem fins lucrativos, o Centro de Combate ao Ódio Digital, após a publicação de um relatório em junho que afirmava que o X não tomou medidas contra vários assinantes do Twitter Blue, agora conhecido como X Premium, quando eles publicaram conteúdo inflamatório.
As declarações de Tim Cook refletem as crescentes preocupações sobre o papel das redes sociais e plataformas online na disseminação de conteúdo prejudicial e discurso de ódio, enquanto as empresas de tecnologia continuam a se deparar com desafios éticos e de responsabilidade. A decisão da Apple em relação à publicidade no X de Elon Musk será observada de perto nos próximos meses, enquanto a empresa busca equilibrar sua presença nas redes sociais com seus valores e responsabilidades éticas.
Fonte: CBS
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