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Os 10 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, segundo a crítica

Lista tem clássicos de diferentes gêneros, escolas e períodos do cinema nacional.

Os 10 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, segundo a crítica
Créditos: Divulgação/O2 Filmes

O cinema nacional comemorou 125 anos de existência em 2023, com uma série de movimentos característicos, produções de sucesso e clássicos que são lembrados até hoje dentro do país e no exterior. Entre dramas, adaptações literárias, críticas sociais, comédias e terror, são muitos os longas-metragens que marcaram a trajetória dessa indústria. 

Mas você sabe quais são os filmes nacionais mais celebrados pela imprensa especializada daqui? Uma das formas de saber isso é pelo ranking organizado em 2015 pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), originalmente formado por 100 produções nacionais citadas pelos críticos e jornalistas especializados que compõem a entidade.

Clique aqui para conferir a lista completa e, a seguir, veja quais foram os dez listados como os melhores filmes do cinema nacional pela Abraccine.

10. Macunaíma (1969)

Macunaíma é uma mistura de comédia e fantasia que traz um elemento comum a vários filmes da lista: ele é uma adaptação de um clássico da literatura. No caso, a obra original é de Mário de Andrade.

Com Grande Otelo no papel principal, o longa-metragem mostra uma figura “tipicamente brasileira”, sendo moldada por relações políticas, trabalhistas e sociais na medida em que convive com vários grupos de épocas diferentes. É um amálgama de referências, com traços do final do Cinema Novo e do tropicalismo, lidando com questões como a moral e a antropofagia.

Onde assistir: Globoplay/Telecine

9. O Pagador de Promessas (1962)

Baseado na obra de Dias Gomes, O Pagador de Promessas é o primeiro prêmio recebido por um longa-metragem do Brasil no renomado Festival de Cannes e também o estreante nacional na categoria de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar. A direção é de Anselmo Duarte, antes um galã do cinema nacional.

A trama narra a saga de Zé do Burro, um homem que precisa subir até uma igreja com uma grande cruz de madeira para pagar uma promessa. A situação é mais complicada do que aparentava e, aos poucos, problemas sociais dificultam a missão do protagonista, que passa a receber apoio de parte da população.

Onde assistir: Globoplay

8. Cidade de Deus (2002)

O filme mais recente da lista, Cidade de Deus mostra o cotidiano da favela do Rio de Janeiro sob o ponto de vista de alguns personagens marcantes, como Dadinho (mais tarde Zé Pequeno) e Bené.

Dirigido por Fernando Meirelles, o filme foi elogiado pela fotografia, a construção de personagens e várias cenas marcantes. Foi indicado ao Oscar em quatro categorias, incluindo Melhor Diretor e Melhor Fotografia — um recorde mantido até hoje por um filme brasileiro.

Onde assistir: Amazon Prime Video, Netflix, Paramount+, Globoplay/Telecine (streaming); Google Play Store (compra/aluguel)

7. São Paulo S/A (1965)

São Paulo Sociedade Anônima, de Luís Sérgio Person, é um grande ensaio sobre a expansão da indústria de automóveis e da vida caótica na capital paulista durante a década de 1950. Apesar de datado, o retrato é tido como realista em relação ao morador dessa cidade até os dias de hoje.

Essa crítica mostra como a modernização desenfreada e as pressões do cotidiano deixam a população agoniada e sem saber como conciliar as vidas pessoal e profissional. O elenco tem grandes nomes, como Walmor Chagas e Eva Wilma.

Onde assistir: Looke, Globoplay/Telecine

6. O Bandido da Luz Vermelha (1968)

Grande clássico do cinema marginal ou da Boca do Lixo, região de São Paulo responsável por um circuito alternativo de filmes entre as décadas de 1960 e 1980 formado por diretores apaixonados pelo que faziam, mas sem muitos recursos financeiros.

O Bandido da Luz Vermelha é talvez o mais celebrado filme de Rogério Sganzerla e retrata com muitos elementos ficcionais a vida de João Acácio Pereira, o Bandido da Luz Vermelha, preso por dezenas de assaltos e estupros. Figura do imaginário popular do brasileiro, ele é retratado em meio a uma sociedade violenta e carregada de problemas sociais.

Onde assistir: MUBI

5. Terra em Transe (1967)

Terra em Transe é um filme altamente experimental de Gláuber Rocha, um dos diretores mais celebrados do movimento do cinema brasileiro conhecido como Cinema Novo.

Com altas doses de crítica política, a história se passa em um país fictício envolvido em disputas de poder — o que o levou a ser proibido por algum tempo pela censura no Brasil. O elenco tem Paulo Autran, José Lewgoy e Paulo Gracindo, entre outros nomes que mais tarde seriam famosos no cinema e na TV.

Onde assistir: Telecine/Globoplay, MUBI

4. Cabra Marcado para Morrer (1984)

O único documentário da lista. Dirigido pelo célebre Eduardo Coutinho (Edifício Master), Cabra Marcado para Morrer mostra a saga da produção para contar a história de um líder camponês que é assassinado, primeiro em forma de ficção e depois colhendo depoimentos de pessoas da região.

Levando quase duas décadas para ficar pronto por vários problemas explicados ao longo do filme, o documentário é uma aula de como contar a história de pessoas que normalmente não têm voz e fica do lado marginalizado de uma sociedade desigual. 

Onde assistir: Belas Artes À La Carte

3. Vidas Secas (1963)

Vidas Secas é um dos primeiros grandes expoentes do Cinema Novo, sendo ainda uma adaptação literária do clássico de Graciliano Ramos. O filme trata da vida difícil de retirantes no sertão nordestino do ponto de vista de uma família composta por dois adultos, dois filhos e Baleia, a cadela de estimação.

Rodado em uma pequena cidade do interior de Alagoas, foi indicado para a Palma de Ouro em Cannes, mas não levou o prêmio.

Onde assistir: Globoplay/Telecine

2. Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964)

Gláuber Rocha é o único diretor a ter dois filmes no top 10 — inclusive o segundo colocado do ranking, que é um dos filmes nacionais clássicos mais celebrados no estrangeiro.

Deus e o Diabo na Terra do Sol é uma grande e caótica alegoria que mistura crítica social, política e religiosa, retratando temas como fé e violência a partir de metáforas e histórias de beatos e cangaceiros. 

Na história, um casal em fuga se depara com personagens peculiares que são capazes de juntar ou assustar multidões, incluindo o violento Corisco (Othon Bastos), um dos grandes aliados de Lampião.

Onde assistir: Globoplay/Telecine

1. Limite (1931)

Limite, de Mário Peixoto, é o surpreendente primeiro lugar da lista. Lançado antes dos grandes movimentos do cinema nacional, ele é mudo e filmado em preto e branco, com várias cenas longas e contemplativas, além de uma história considerada bastante reflexiva e madura para o período.

A sinopse e a narrativa são fora do convencional, tratando de pessoas em um barco refletindo sobre a vida e escolhas passadas. Tratando de passagem do tempo e da condição humana, a produção foi recebida de forma polêmica no lançamento e passou várias décadas esquecida, mas foi recuperada e celebrada pela crítica.

Onde assistir: Belas Artes À La Carte, Libreflix

E aí, quais dos filmes listados acima você já assistiu? Sentiu falta de alguma produção do cinema nacional em algum dos lugares do pódio? Deixe a sua opinião nos comentários!