Cristino Melo 
As compras de brasileiros em plataformas de comércio eletrônico internacionais, como Shein, Shopee e AliExpress, chegaram a US$ 1 bilhão em agosto, segundo levantamento da Vixtra, fintech de comércio exterior, com base em dados do Banco Central.
O valor é 32,9% superior ao visto em julho, quando o programa do governo, o Remessa Conforme, ainda não estava em vigor. O programa prevê a isenção do imposto de importação para remessas de até US$ 50 vindas de fora do país, com a cobrança de 17% de alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Para compras maiores, mantém-se a tributação de 60% sobre o valor.
“Com a entrada do Programa Remessa Conforme (PRC) e a aderência dos principais players ao mesmo, começa a ficar mais claro para o consumidor quando ele será taxado e quanto vai pagar no produto final, o que possibilita saber se a compra ainda faz sentido”, explicou o co-CEO da Vixtra, Leonardo Baltieri, em entrevista à Forbes.
O valor, contudo, ainda é menor em relação ao mesmo mês no ano passado, tendo uma diferença de US$ 1 milhão. No acumulado anual, foram importados US$ 6,9 bilhões, queda de 6,2% em relação ao mesmo período de 2022.
Crescimento envolve clareza da tributação e variedade
O crescimento das compras em agosto pode ser explicado por uma série de fatores, como a maior clareza sobre a tributação, o aumento da oferta de produtos e a retomada da economia.
“O programa Remessa Conforme trouxe mais transparência para o consumidor, que agora sabe quando vai ser taxado e quanto vai pagar. Isso ajudou a aumentar a confiança nas compras internacionais”, disse Baltieri.
Além disso, as plataformas de comércio eletrônico internacionais têm ampliado sua oferta de produtos, incluindo itens de moda, eletrônicos, decoração e brinquedos.
“As plataformas estão se adaptando ao mercado brasileiro e oferecendo produtos que são mais relevantes para os consumidores locais”, afirmou Baltieri.
Por fim, a retomada da economia também contribuiu para o crescimento das compras internacionais. Com mais dinheiro em caixa, os consumidores estão mais dispostos a gastar em produtos de fora do país.
“A economia brasileira está crescendo e as pessoas estão com mais dinheiro para gastar. Isso também ajudou a impulsionar as compras internacionais”, disse Baltieri.
O crescimento das compras internacionais é uma tendência que deve continuar nos próximos anos. Com a maior clareza sobre a tributação e a expansão da oferta de produtos, as plataformas de comércio eletrônico internacionais devem continuar atrair consumidores brasileiros.
Fonte: Forbes
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