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Open Finance: Clientes agora podem compartilhar dados de investimentos entre bancos

Open Investment promete uma revolução no mercado financeiro brasileiro com o compartilhamento de informações sobre investimentos

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Créditos: Reprodução/BRF

Lançado como Open Banking em 2021, o sistema de compartilhamento de dados capitaneado pelo Banco Central (BC) ganha amplidão e se torna, de fato, Open Finance no fim deste mês, quando entra em vigor o chamado Open Investment, etapa que envolve a troca de informações transacionais sobre investimentos.

A partir do dia 29 de setembro, os clientes poderão autorizar instituições a terem acesso aos seus dados de investimentos em outras casas, relativos à renda fixa (debêntures, CRI, CRA, CDB etc), renda variável (ações, ETFs, BDRs) e fundos. Embora o processo de adesão seja gradual, essa nova fase deve acirrar ainda mais, no mundo das plataformas de investimento, uma competição já feroz entre bancos, corretoras independentes e gestoras.

Com o compartilhamento de informações, participantes do mercado dizem que não necessariamente vão surgir novos produtos, mas há alguns casos de uso clássicos. O primeiro deles é o agregador de contas, que vai facilitar que o cliente veja todo o seu patrimônio em uma única tela. A partir daí, há uma série de ações que os rivais podem adotar. Se uma corretora vê que o cliente tem um produto prestes a vencer em outra instituição, pode oferecer um investimento de padrão semelhante. Se percebe que ele tem ações de uma determinada empresa custodiadas em outro lugar, pode ofertar conteúdo de research sobre aquele papel.

Com mais dados, também será possível conhecer melhor o perfil do usuário e oferecer alternativas mais adequadas – o algoritmo vai aprendendo o que o cliente gosta, mais ou menos como as sugestões de filmes da Netflix. Também será possível fazer uma oferta mais “holística”. Ou seja, ao ter acesso aos dados do patrimônio do cliente como um todo, a instituição pode indicar uma readequação de riscos na sua carteira, por exemplo.

O escopo de informações compartilhadas pode incluir denominação do produto, rentabilidade, quantidade, prazos, saldos em posição do cliente e movimentações financeiras dos últimos 12 meses e dos próximos 12, a depender da vigência do consentimento do usuário.

Avanço significativo

A transparência e o controle oferecidos pelo Open Investment são cruciais. Os clientes terão a decisão sobre quais instituições podem acessar suas informações, garantindo maior segurança e privacidade. Além disso, o acesso a uma visão abrangente de todos os investimentos em um só lugar simplifica o acompanhamento financeiro.

Essa nova fase do Open Finance está aquecendo ainda mais a competição no mercado financeiro brasileiro. Bancos, corretoras e gestoras terão que aprimorar seus serviços e produtos para conquistar e reter clientes. O Open Investment coloca o poder nas mãos dos investidores, que podem buscar as melhores ofertas e serviços de acordo com suas necessidades e objetivos.

O Open Investment marca um avanço significativo no cenário financeiro brasileiro, proporcionando aos clientes mais controle e conveniência em seus investimentos. Com a promessa de transparência, inovação e competição acirrada, essa nova fase do Open Finance tem o potencial de revolucionar a forma como os brasileiros investem e gerenciam seu patrimônio financeiro, trazendo benefícios tangíveis para todos os participantes do mercado.

Fonte: O Globo