Gustavo Bonato Abrão 
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) estuda implantar, a partir da temporada 2026 do Campeonato Brasileiro, um novo sistema semiautomático de impedimento baseado em iPhones.
A tecnologia, desenvolvida pela empresa britânica Genius Sports, já é utilizada em ligas de ponta como a Premier League e promete tornar mais rápidos e precisos os lances analisados pelo VAR.
O projeto ainda está em fase de avaliação, mas a expectativa é que possa ser implementado já em janeiro de 2026, quando começa a próxima edição do Brasileirão.
O desafio, no entanto, está no prazo: a Genius estima que o processo de instalação e testes dos equipamentos leve cerca de quatro meses, o que exigiria uma decisão rápida da entidade.
Como funciona o sistema
De acordo com o Globo Esporte, o sistema utiliza cerca de 30 iPhones instalados em pontos estratégicos dos estádios, todos conectados à energia e à internet. Os dispositivos registram o campo em 4K a até 120 quadros por segundo, gerando uma réplica digital em 3D da partida.
Essas imagens são processadas por um software de inteligência artificial que monitora milhares de pontos nos corpos dos atletas e na bola, permitindo detectar o momento exato do passe e a posição de cada jogador no instante do lance.
Atualmente, a tecnologia emprega iPhones 16 Pro, mas a Genius já planeja atualizar o sistema para o iPhone 17 Pro, que traz melhorias no scanner LiDAR e na qualidade das capturas, fatores que aumentam a precisão da análise.
Segundo a empresa, o sistema tem 97,8% de acerto nos testes realizados na Premier League. “Em um fim de semana recente, fomos usados em cinco decisões.
Em apenas uma delas tivemos que ajustar o ponto de toque na bola por dois frames”, afirmou um representante da Genius em entrevista ao portal britânico The Guardian.
O modelo internacional que inspira a CBF
O sistema da Genius foi implementado em 2023 no campeonato inglês e rapidamente se tornou parte do protocolo de arbitragem local.
Com ele, a análise de impedimentos que antes podia levar mais de um minuto passou a ser feita em poucos segundos. O árbitro de vídeo recebe a linha do impedimento já traçada pela IA e apenas confirma o resultado antes de comunicar a decisão ao campo.
A tecnologia também é usada em competições da UEFA e em ligas asiáticas e norte-americanas, o que reforça seu apelo como uma solução já consolidada no futebol profissional.
Para a CBF, a adoção do sistema vai em direção à automação plena das decisões do VAR, reduzindo a margem de erro e aumentando a transparência para torcedores e clubes.
Benefícios e desafios da implementação
Embora a precisão do sistema seja considerada alta, a implementação no Brasil exige adaptações. Portanto, cada estádio precisará de infraestrutura elétrica estável, rede de alta velocidade e posicionamento estratégico das câmeras. Além disso, será necessário treinar equipes técnicas e operadores do VAR para o novo protocolo.
Outro fator é o custo. A Genius Sports ainda não divulgou valores oficiais para o contrato com a CBF, mas estima-se que o investimento envolva dezenas de milhões de reais para equipar todas as arenas da Série A.
A entidade avalia se o sistema poderá substituir ou complementar o VAR atual, que continuará sendo operado em conjunto com a tecnologia de linha do impedimento.
O futuro das decisões no futebol brasileiro
Se confirmado, o projeto colocará o Brasileirão entre as competições mais tecnologicamente avançadas do mundo. Para a CBF, a meta é reduzir o tempo de paralisação nos jogos e aumentar a confiança nas marcações.
Com o avanço da automação e a integração de dispositivos de consumo como o iPhone, o futebol entra em uma nova fase de monitoramento digital, onde cada frame e cada toque de bola passam a ser registrados com precisão milimétrica.
Resta agora acompanhar as etapas de instalação e homologação da Genius. Caso o cronograma seja mantido, os torcedores poderão ver o novo sistema em ação logo na abertura da temporada de 2026.
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O campo de jogo agora também é digital
A possível chegada dos iPhones aos gramados brasileiros simboliza uma transição em curso: a do futebol analógico para o futebol de dados. A tecnologia, antes restrita às cabines do VAR, agora se expande para o campo — literalmente.
Se o projeto prosperar, o impedimento pode deixar de ser motivo de controvérsia e passar a ser uma questão de precisão técnica, redefinindo a relação entre árbitros, clubes e torcedores no futebol brasileiro.
Fonte: Globo Esporte
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