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Entenda como funcionam os carregadores por indução e veja se eles valem a pena para você

Testamos três carregadores sem fio e anotamos os resultados

Como funciona

O carregamento por indução já é uma ideia antiga, no século XIX o cientista austríaco Nikola Tesla já teorizava e fazia as primeiras experiências com a tecnologia, mas é só agora que estamos acompanhando a popularização desse modo, graças aos smartphones. Esse modo de carregamento só funciona com essas duas partes, um indutor e um receptor, os smartphones precisam vir com a capacidade de receber a indução já de fábrica, mas algumas empresas fabricam adaptadores que são conectados na porta USB do celular e ficam na traseira do aparelho.

Vale lembrar que alguns carregadores de indução são vendidos sem a fonte de energia que deve ir na tomada, a do seu carregador com fio. Esse não deve ser um problema de compatibilidade, mas em alguns casos pode não tirar todo o proveito do carregador. Sendo assim, a base de indução com um cabo USB deve ser conectado na fonte de energia USB que você já tem, pode ser a mesma utilizada para recarregar seu celular.

Como esse carregamento funciona por uma indução magnética, não pode haver nada entre o smartphone e a base, capas magnéticas e outros objetos que obstruem a conexão entre os dois podem acabar danificando o aparelho. Para que funcione melhor, é recomendado evitar capas de proteção muito grossas, metálicas e o ideal é que a distância entre a base e o celular seja a menor possível.


O padrão de carregamento Qi

Toda tecnologia desenvolvida segue um padrão de desenvolvimento e tem normas de funcionamento. O padrão para carregamento por indução mais popular atualmente é o Qi, pensado pela Wireless Power Consortium (WPC). Este é o padrão que deve se popularizar, já que teve adesão de gigantes da tecnologia como Samsung e Apple. Entre os concorrentes deste padrão está a Rezence e a Power Matters, que não conseguiram uma fatia muito grande do mercado.  

Qi é o principal padrão de carregamento por indução atualmente e deve se popularizar ainda mais nos próximos anos

Com o padrão é possível levar a tecnologia para diversos outros ambientes, carros, hotéis, aeroportos, cafeterias, isso dá a possibilidade de as pessoas recarregarem seus celulares sem precisar se preocupar em levar um carregador consigo para todo canto. 

Para as empresas fabricantes, a certificação Qi é interessante principalmente por ser um padrão aberto, ou seja, não há um custo de adesão pela tecnologia, as empresas não precisam pagar um preço alto para utilizá-la. A implementação é feita no smartphone e quem quiser pode comprar um carregador de indução para si ou usufruir da vantagem em algum estabelecimento que a ofereça. 

Mesmo no padrão Qi há uma diferença na potência máxima suportada durante a recarga. A versão mais atual, no momento em que escrevo esse artigo, é a 1.2.3, e você pode acompanhar a atualização das versões no site do padrão. Em suma, a diferença entre elas está listada abaixo. 

Qi 1.0 – Até 5W
Qi 1.1 – Até 7.5W, exemplos: iPhone 8
Qi 1.2 – Até 15W, exemplos: Galaxy S8 e Galaxy Note 8 

Cada versão também recebe pequenas atualizações, indicadas por mais um dígito, como de 1.2.2 para 1.2.3. A principal diferença entre cada uma delas está no máximo em Watts suportados durante a recarga, o que tem impacto direto na duração da recarga.

Se você tiver um smartphone com o padrão e que suporta o carregamento, ele funcionará normalmente respeitando os limites estabelecidos pela versão no aparelho. 

Você pode conferir a lista completa de smartphones certificados com o padrão Qi no site da WPC

Sendo assim, a principal diferença nessa primeira parte está na quantidade de watts suportada. Uma outra diferença está na compatibilidade com o wireless fast charging. Uma funcionalidade que permite uma recarga mais rápida sem fio. Essas bases com carregamento rápido também funcionam com smartphones com carregamento sem fio que não têm a tecnologia implementada. 

Para que isso seja possível você precisa de duas coisas: 

  • Um smartphone que suporte o carregamento rápido sem fio 
  • Uma base de indução com suporte ao carregamento rápido sem fio com uma fonte de energia que seja capaz de suprir o mínimo exigido em energia 

Para conferir a diferença entre cada uma das recargas, testei 3 carregadores com especificações que variam, confira abaixo: 


Carregador #1 – 10.8W Fast Charge Wireless Charger – Link na Gearbest

Input: 9V/5V
Output: 10.8W
Suporta Wireless Fast Charging: Sim

Resultado do teste:

Galaxy S6 Edge: 30 minutos 21%
iPhone Xs:  30 minutos 14%
Galaxy Note 9: 30 minutos 11%


Carregador #2 – Foldable Qi Standard Wireless Quick Charge – Link na Gearbest

Input: 5V
Output: 9V
Suporta Wireless Fast Charging: Sim

Resultado do teste: 

Galaxy S6 Edge: 30 minutos 21%
iPhone Xs: 30 minutos 18%
Galaxy Note 9: 30 minutos 15%


Carregador #3 – UMIDIGI Q1 15W Wireless Fast Charger – Link na Gearbest

Input: 12V/9V/V
Output: 15W
Suporta Wireless Fast Charging: Sim

Resultado do teste:

Galaxy S6 Edge: 30 minutos 19%
iPhone Xs: 30 minutos 16%
Galaxy Note 9: 30 minutos 13%


Variantes para a velocidade de recarga

Algo importante de levar em consideração é que o tamanho da bateria é diferente para cada um dos smartphones, quanto maior a carga em mAh, mais demorado tende a ser o carregamento, exigindo velocidades de recarga maiores para que carregue mais rapidamente. 

Galaxy S6 Edge: 2600 mAh
iPhone Xs: 2658 mAh
Galaxy Note 9: 4000 mAh

A velocidade de carga depende da combinação carregador e smartphone, os smartphones mais recente têm uma bateria maior, mas suportam o carregamento rápido sem fio, o que garante que eles, mesmo com baterias com mais carga, carreguem em um tempo semelhante aos smartphones mais antigos com baterias menores.

Preço

Como a tecnologia ainda não é muito difundida, o preço ainda não está na faixa dos carregadores tradicionais. Quem quiser, pode optar comprar em sites fornecedores da China, o que garante uma economia. Você encontra diversos tipos de carregadores atualmente no mercado, dos mais variados e com preços que vão dos R$50 até R$250. Vale lembrar que há a diferença entre os padrões e que cada indutor vai oferecer uma velocidade na recarga de acordo com o número de watts oferecidos.


Conclusão sobre os carregadores sem fio

Os carregadores sem fio ainda estão longe de acompanhar o desempenho de um carregador com fio. Não faz sentido, hoje, investir uma grana em carregadores sem fio pensando em velocidade, o único sentido que vejo é a praticidade e a comodidade em utilizar esse padrão. Ainda mais com versões do Quick Charge che

Em ambientes em que você está confortável e não precisa se preocupar com a velocidade de carregamento do smartphone ou em uma situação em que você não está querendo carregar seu celular com urgência, o wireless funciona muito bem. Geralmente em casa ou como visita na casa de alguém, esse modelo funciona perfeitamente e se mostra muito útil quando pensado com cuidado.

Via: Apple