Você muito provavelmente já tem alguma ideia do que é realidade virtual, isto porque esta é uma grande tendência tecnológica não só no mundo dos jogos, mas no meio corporativo também.
Mas antes de citar exemplos e olhar o que já existe de tecnologia nesta área, é necessário conceituar e entender o que ela é.
Afinal, o que é realidade virtual?
Diferente da realidade aumentada que cria elementos digitais em nossa frente, a realidade virtual nos coloca em meio a um ambiente totalmente digital e podemos interagir com ele digitalmente.
A realidade virtual pode ser bem exemplificada pensando nos óculos como o Playstation VR, que você não consegue enxergar nada do mundo real, apenas do virtual e se coloca dentro do mundo do jogo.
VR = Virtual Reality = Realidade Virtual = leva você a outra realidade
Esses conceitos servem como ponto de partida, muitas vezes as inovações acabam misturando suas características e não conseguimos definir bem como chamá-las, mas por hora é isso que precisamos ter bem definido. Sendo assim, podemos começar a ver o que existe em ambas as tecnologias e como prometem mudar nossas vidas.
Realidade Virtual – Breve história
Um dos precursores da realidade virtual como conhecemos hoje é Jaron Lanier, em 1990 ele definiu perfeitamente o conceito que temos atualmente e apresentou um dos primeiros aparelhos de realidade virtual da história. Lanier é estadunidense, cientista de computação e músico. Em 2010 foi eleito como uma das “100 pessoas mais influentes do mundo” pela revista TIME. Nesta entrevista para a CNN você pode conhecer um pouco mais desta figura. No vídeo abaixo você vê o cientista explicando como sua invenção funciona.
Esta reportagem da rede de televisão norte americana ABC também é muito importante para entender a evolução das pesquisas na área e tentar mensurar quanto tempo ela levou para se aperfeiçoar. Antes dos anos 90, a realidade virtual não se parecia quase nada com o que temos hoje, foi apenas com Jaron Lanier que começamos a ver o conceito se desenvolver e caminhar para o que temos atualmente. Mesmo que hoje o VR tenha diversas aplicações para além do entretenimento, sua popularização começou em 1991 quando a empresa Virtuality Group Arcade lançou máquinas com jogos arcades que utilizavam VR. A febre foi grande enquanto durou.
No ano de 1992 um filme baseado no trabalho de Jaron Lanier foi lançado, The Lawnmower Man. O longa introduz alguns conceitos formulados na época e traz uma trama bizarra em que um homem acaba se tornando totalmente virtual. Jaron Lanier é interpretado no filme por Pierce Brosnan. Na época talvez tenha sido incrível, mas hoje é quase impossível levar o filme a sério. O mais inacreditável é que ganhou uma sequência, Lawmmower Man 2.
Ivan Sutherland, Myron Krueger e Douglas Engelbart são outros nomes importantes para a criação do VR. Se você pretende mergulhar ainda mais neste assunto e conhecer mais sobre o início da realidade virtual, recomendo o site Virtual Reality Society, aqui você pode ler mais sobre esses nomes citados acima.
Por trás da invenção do vídeo acima está o criador do Gameboy e Game & Watch, Gunpei Yokoi. Entretanto, diferente do sucesso que foi o Gameboy, o Virtual Boy foi um fracasso. O console era extremamente desconfortável, os gráficos eram basicamente vermelho e preto e o equipamento não oferecia o que prometia; imersão e realismo. Veja abaixo o gameplay de Mario Tennis no video game.
Durante cerca de duas décadas a VR passou longe da popularidade, apenas em 2012 com o sucesso do Oculus Rift através do Kickstarter é que isto estava para mudar.
Realidade Virtual hoje
Com o sucesso do financiamento coletivo, mostrando que a ideia era algo que atendia a um grande público, investidores e desenvolvedores da tecnologia de todo o globo voltaram sua atenção para a tecnologia, inclusive um bilionário bastante conhecido, Mark Zuckerberg. Na época o Facebook estava em plena expansão, comprando Whatsapp por US$ 16 bilhões, Instagram por US$ 1 bilhão e por fim o Oculus VR por US$ 2 bilhões. Desde então diversas outras empresas trabalharam para construir aparelhos de realidade virtual de propostas semelhantes ao Oculus ou até mesmo mais simples para funcionar com smartphones: HTC Vive, HDK 2, Google Carcboard, Google Daydream, Samsung Gear Vr, Playstation Vr, Sony Project Morpheus, Lenovo Explorer e outros.
Mesmo que mais jogos estejam sendo lançados para VR,
a maioria deles não passa de uma hora de gameplay
Vestir o óculos e segurar os controles de movimento ainda não é muito confortável, games em VR são muito mais imersivos e capazes de entregar experiências mais completas. Uma das poucas grandes produções foi feita pela Warner Bros Games com Batman Arkham VR. A primeira cena do jogo narra a morte dos pais de Bruce Wayne e em todos esses anos nunca tinha assistido uma cena tão bem construída e imersiva em VR.
E então você se pergunta, como jogar em VR? Bom, existem algumas maneiras de jogar em VR, em todas elas você precisará de um óculos com lentes especiais que transmita a imagem de maneira adequada aos seus olhos. Uma das maneiras de se divertir jogando em VR é utilizando um smartphone. É possível encontrar óculos para essa finalidade com valores baixos, de até 50 reais, como é o caso do VR Box e do Google Cardboard. Eles permitem que você jogue como neste artigo e vídeo que fizemos: Jogando em realidade virtual no PC com baixo custo. Desta mesma maneira também é possível assistir a vídeos do YouTube em 360º.
Uma outra maneira de jogar em VR é utilizando o Playstation VR, feito exclusivamente para o Playstation 4. Essa alternativa da Sony ainda traz um preço bastante salgado (foi lançada por R$ 3 mil recentemente no Brasil, e isso nem inclui o console) e se restringe aos títulos feitos para PS4, porém, está bem consolidada e a tecnologia funciona muito bem. Outro modo é escolher óculos feitos para serem utilizados no computador, como o HTC Vive e o Oculus Rift, ambos não disponíveis no Brasil.
Jogos que não são feitos para jogar em VR até podem ser jogados com o aparelho, mas precisam de softwares para fazer ajustes e mesmo depois de muita configuração não fica 100%.
Como ainda não é muito conhecida e nem tão acessível pelo seu preço, é bem comum que pessoas façam amostras desta tecnologia em shoppings centers e eventos abertos cobrando pela sua utilização.
O desenvolvimento do VR possibilita o aprendizado de diferentes maneiras. Hoje há uma imersão muito maior e intuitiva no aprendizado, se antes precisávamos ir até a biblioteca para ler sobre um país em uma enciclopédia enorme, hoje você pode visitá-lo sem sair de casa. O Google Earth VR é um exemplo perfeito. Não é impossível imaginar que, num futuro não tão distante, estes aparelhos possam ser utilizados em escolas para aumentar o engajamento de alunos e simplificar o aprendizado. Enquanto isso não acontece vamos aguardando a evolução de ambas tecnologias e lendo no quadro de giz.
O futuro da VR
À medida que novas descobertas são feitas no meio tecnológico, novos modelos vão surgindo e a VR vai se misturando com a AR. Os ambientes serão cada vez mais imersivos e o uso dessas tecnologias serão muito mais intuitivos e presentes em nosso cotidiano. A tendência é de que nossos smartphones sejam cada vez mais completos e cheios de recursos, tornando mais fácil a utilização destas tecnologias. Enquanto na VR esta popularização pode ser um pouco mais complicada, já que você precisa de um tutorial ou um suporte para o celular, na aumentada basta você baixar um aplicativo e rodar em seu aparelho.
Um tipo de ação que mistura tecnologias e deve ser cada vez mais comum daqui pra frente foi a que a A Audi teve. A empresa criou uma espécie de test drive extremamente diferenciado. O motorista é convidado a criar a pista em que fará o teste em uma caixa de areia, em seguida as variações de relevo da areia na caixa são mapeadas em 3D e geradas em um óculos de realidade virtual. Para o teste basta colocar o óculos de realidade virtual e sentar na réplica de carro com volante, câmbio e pedais.
Para quem quer brincar com a realidade virtual, é interessante adquirir um Google Cardboard e ver um pouco do que ela atualmente é capaz. Caso crie um interesse maior, aí é desembolsar uma boa grana para conseguir ter experiências mais imersivas.
Via: Filmora, Cio, Vitual Reality Societ, Kotaku, Rolling Stone, Virtual Reality Society, Microsoft, MagicLeap, Hyper-Reality
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