
A partir de março de 2026, o Brasil elevará a idade mínima para o uso de redes sociais, aplicativos de mensagens e ferramentas de inteligência artificial. A medida, coordenada pelo governo federal, integra o novo ECA Digital e tem como objetivo reforçar a segurança de crianças e adolescentes no ambiente online.
De acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Justiça, o governo quer proibir o acesso de menores de 16 anos às plataformas digitais sem a supervisão dos pais, em uma tentativa de limitar a exposição precoce a conteúdos e algoritmos que possam impactar o desenvolvimento psicológico e social dos jovens. As plataformas deverão adotar mecanismos de verificação de idade e oferecer recursos de controle parental compatíveis com as novas diretrizes.
As plataformas digitais terão de adotar mecanismos para impedir o acesso de menores fora da faixa etária adequada. No entanto, o uso continuará possível caso os responsáveis legais autorizem o acesso por meio de ferramentas de controle parental, que ainda serão definidas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
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Regras entram em vigor em março de 2026
O governo confirmou que as novas diretrizes de classificação indicativa passam a valer oficialmente em 17 de março de 2026. A decisão acompanha a implementação do ECA Digital, sancionado em setembro de 2025, que cria novas camadas de proteção online.
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A proposta inclui um eixo inédito de “interatividade”, que permite ao governo avaliar a idade mínima recomendada para redes sociais, chatbots de IA e outros serviços digitais. Segundo o documento do MJSP, as recomendações serão:
- 12 anos: aplicativos de mensagem com controle parental e publicidade não direcionada;
- 14 anos: marketplaces, lojas de apps e chatbots de IA generativa (como ChatGPT e Gemini);
- 16 anos: redes sociais, filtros de imagem e aplicativos com coleta de dados ou rolagem infinita;
- 18 anos: plataformas de conteúdo adulto, apostas, aplicativos de relacionamento e IA para manipulação de áudio ou vídeo.
Decisão quer envolver os pais na escolha digital
Ricardo de Lins e Horta, diretor de Segurança e Prevenção de Riscos no Ambiente Digital do MJSP, afirma que o objetivo não é restringir o acesso, mas responsabilizar famílias e empresas. “Ninguém quer tirar das famílias o poder de decidir onde os filhos estão, mas queremos que elas sejam consultadas”, disse o diretor ao comentar a nova diretriz.

Segundo ele, as novas faixas etárias devem servir como um guia de risco, permitindo que pais e mães escolham o ambiente digital mais seguro para seus filhos.
Plataformas terão de verificar idade dos usuários
Um dos pilares do ECA Digital será a verificação obrigatória de idade. Isso exigirá que empresas como Meta, Google, Apple, Microsoft e TikTok adotem métodos de confirmação antes de permitir o uso de determinados serviços.
A medida pretende identificar menores de idade e evitar interações inadequadas. No entanto, especialistas alertam para os desafios técnicos e jurídicos dessa exigência, sobretudo para garantir a privacidade e proteção de dados, conforme prevê a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
O Ministério da Justiça também planeja impor novas regras específicas para cada plataforma, e já estuda classificar redes como o Instagram como voltadas apenas para maiores de 16 anos, considerando o uso intenso de algoritmos e funções de compartilhamento de dados pessoais.
Setor de tecnologia pede mais tempo para adaptação
A Câmara Brasileira da Economia Digital criticou o curto prazo de seis meses para implementação das mudanças, alegando que as empresas precisarão desenvolver novas ferramentas para equilibrar proteção e privacidade. “Essas soluções devem proteger crianças e adolescentes sem comprometer a privacidade dos demais usuários. Isso exige previsibilidade e prazos realistas”, declarou a entidade.
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Apesar da preocupação, o Ministério da Justiça reforçou que haverá consultas públicas e acompanhamento técnico com o setor privado.
Classificação poderá variar conforme segurança dos apps
Embora as redes sociais tenham sido classificadas para maiores de 16 anos, o MJSP afirmou que essa faixa pode ser ajustada caso as empresas apresentem recursos de segurança robustos.
Isso significa que Instagram, TikTok e outras plataformas poderão ser liberadas para idades menores se comprovarem que adotam ferramentas de moderação, bloqueios de conteúdo sensível e controle parental eficaz. “Não queremos apenas subir a classificação. Queremos estimular produtos mais seguros”, reforçou Horta.
O impacto prático
Com a nova política, o Brasil passará a ter um dos sistemas mais rígidos do mundo para controle de idade em plataformas digitais. A decisão coloca o país em sintonia com a Europa, onde normas semelhantes vêm sendo aplicadas para proteger menores de 16 anos em ambientes online.
As mudanças também obrigarão escolas e empresas de tecnologia a adaptar o uso de ferramentas de IA educacional, já que o acesso a chatbots generativos será limitado a partir dos 14 anos.
Debate sobre fragmentação da internet
Especialistas alertam que, sem uma padronização global, o Brasil pode caminhar para uma fragmentação da internet, em que serviços internacionais passem a aplicar regras específicas apenas para usuários brasileiros.
Ainda assim, o governo argumenta que a medida é necessária diante do aumento de casos de exposição de menores a conteúdos nocivos e da falta de controle sobre o uso de inteligência artificial por crianças.
Fonte: UOL
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