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É quase uma guerra!

Canadá bane WeChat de dispositivos governamentais citando riscos à segurança

Aplicativo de mensagens chinês é usado por mais de 1 bilhão de usuários, principalmente na China continental

WeChat
Créditos: Reprodução/CNN

O Canadá proibiu o super-aplicativo chinês WeChat em dispositivos governamentais oficiais, citando riscos à segurança cibernética, seguindo uma ação semelhante tomada contra o aplicativo de vídeo de curta duração TikTok no início deste ano.

O banimento mais recente, anunciado na segunda-feira (30) e em vigor no mesmo dia, também foi imposto a aplicativos da Kaspersky Lab, um fabricante russo de programas antivírus.

O diretor de informações do Canadá determinou que “o WeChat e o conjunto de aplicativos Kaspersky apresentam um nível inaceitável de risco à privacidade e segurança“, disse o Conselho do Tesouro do Canadá, que supervisiona a administração pública, em um comunicado.

Em um dispositivo móvel, os métodos de coleta de dados de ambos os aplicativos fornecem “acesso considerável” ao conteúdo do dispositivo, de acordo com o comunicado. Ele acrescentou que não havia evidências de que as informações do governo tivessem sido comprometidas.

Os usuários de celulares do governo canadense terão os aplicativos removidos e serão impedidos de baixá-los no futuro.

WeChat é gigante na China

O WeChat é um dos aplicativos mais populares do mundo. Às vezes é descrito como Facebook, Twitter, Snapchat e PayPal, tudo em um.

Mais de 1 bilhão de usuários, principalmente na China continental, confiam na rede social para fazer praticamente tudo, desde pedir mantimentos e reservar uma aula de yoga até pagar contas, sem sair do aplicativo.

Em fevereiro, o governo canadense proibiu o TikTok, de propriedade da ByteDance, sediada em Pequim, de dispositivos móveis emitidos pelo governo, devido a preocupações com a segurança cibernética.

Autoridades americanas e aliadas expressaram preocupações de que o TikTok ou a ByteDance possam ser solicitados pelo governo chinês a entregar as informações pessoais dos usuários do TikTok.

Um ex-funcionário da ByteDance, Yintao Yu, descreveu alegações específicas de que o Partido Comunista Chinês havia acessado anteriormente os dados de usuários do TikTok em larga escala para fins políticos. A alegação, que o TikTok contesta, foi feita em maio como parte de um processo de demissão indevida na Califórnia.

Em relação ao TikTok, o WeChat tem sido um alvo menos proeminente de governos globais no ano passado, em parte porque é muito mais popular entre os falantes de chinês.

Em agosto de 2020, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tentou banir o WeChat junto com o TikTok, emitindo ordens executivas. Mais tarde, eles foram bloqueados por uma liminar. O presidente Joe Biden eventualmente revogou as ordens executivas da era Trump.

Guerra virtual entre China e Ocidente

O banimento do WeChat pelo Canadá é o mais recente exemplo de como os países estão cada vez mais preocupados com a segurança dos aplicativos chineses. Os Estados Unidos também proibiram o WeChat de dispositivos governamentais e de algumas lojas de aplicativos.

A China criticou os banimentos, chamando-os de politicamente motivados e afirmando que não há evidências de que o WeChat ou outros aplicativos chineses representem uma ameaça à segurança.

No entanto, os especialistas em segurança cibernética dizem que há motivos para preocupação. Eles apontam que o governo chinês tem amplos poderes para coletar dados de seus cidadãos e empresas, e que as empresas chinesas são obrigadas por lei a cooperar com o governo.

Como resultado, os especialistas dizem que é possível que o governo chinês possa acessar os dados dos usuários do WeChat, mesmo que o aplicativo seja propriedade de uma empresa privada.

O banimento do WeChat pelo Canadá é um sinal de que os países estão cada vez mais cautelosos com os aplicativos chineses. À medida que a China se torna mais poderosa economicamente e tecnologicamente, é provável que os governos continuem a tomar medidas para proteger seus dados e sua segurança.

Fonte: CNN