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Influenciadora é presa por "ofender a moral pública" com fotos em redes sociais

Influenciadora é condenada a dois anos de prisão por postagens nas redes sociais no Egito

Influenciadora é presa por "ofender a moral pública" com fotos em redes sociais
Créditos: Reprodução/Instagram

Acusada de “ofender a moral pública”, “incitar devassidão” e “minar os valores familiares” com suas postagens nas redes sociais, a modelo e influenciadora Salma Elshimy foi condenada a dois anos de prisão no Egito nesta terça-feira. Como se isso tudo não fosse o suficiente, ela terá que pagar uma multa de três mil euros, segundo a agência de notícias Efe. O valor corresponde a cerca de R$ 16,6 mil de acordo com a cotação atual.

A reportagem revelou que os investigadores do Ministério Público do Egito que fizeram parte de todo o processo apontam que Selma “admitiu” que fez uma série de publicações que possuíam um conteúdo com “insinuações e movimentos” para “aumentar o número de seguidores”.

A modelo e influenciadora foi presa preventivamente no aeroporto depois de voltar de uma viagem a Dubai, onde tinha planos de se mudar e apresentou um pedido de residência. Seu advogado, Hany Sameh, descreveu as acusações contra ela como vagas e resultado de um machismo regressivo intransigente contra as mulheres.

Este tipo de caso está cada vez mais comum no Egito

Salma e outras 12 influenciadoras egípcias já foram presas no ano de 2020 sob as mesmas acusações. Salma foi detida por um mês e, posteriormente, foi liberada mediante pagamento de fiança. De acordo com Amr Magdi, pesquisador da Human Rights Watch (HRW), tais prisões estão se tornando cada vez mais comuns no Egito sob a liderança do presidente Abdel Fattah al-Sisi, conforme afirmado em um post no Twitter na semana passada.

“Autoridades egípcias prenderam mais uma influenciadora feminina por ‘libertinagem’ só porque ela postou fotos que vemos na vida cotidiana e na TV. O Egito nunca testemunhou ataques tão implacáveis ??às mulheres e aos direitos LGBTQ como sob o governo de al-Sisi”, disse Amr Magdi.

A adoção de uma lei de “crimes cibernéticos” em 2018 fez aumentar as acusações de “ofensa à moral pública e aos valores familiares” no Egito, segundo o HRW. A entidade denuncia que a legislação é usada pelas autoridades para restringir a liberdade de expressão das mulheres nas mídias sociais.

“Prender mulheres e meninas por motivos muito vagos simplesmente por postarem vídeos e fotos de si mesmas em sites de mídia social é discriminatório e viola diretamente seu direito à liberdade de expressão. O policiamento online da conduta pacífica das mulheres cheira a um novo esforço para controlar o uso de espaços públicos pelas mulheres”, apontou Rothna Begum, pesquisadora de direitos das mulheres da HRW, em uma entrevista concedida em 2020.

Via: O Globo

Via: O Globo