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Alerta de mercado

2026 pode ser um péssimo ano para comprar celular; entenda o porquê

Relatórios apontam alta relevante nos valores médios, cortes técnicos e menos opções acessíveis. Veja o que está por trás desse cenário.

2026 pode ser um péssimo ano para comprar celular; entenda o porquê
Créditos: Reprodução/Nano Banana Pro

Quem planeja trocar de celular em 2026 pode encontrar um panorama bem diferente do esperado.

Dados recentes de consultorias especializadas como a Counterpoint Research indicam que os próximos lançamentos tendem a chegar às lojas mais caros, com avanços discretos e menor diversidade de modelos, principalmente nas faixas de entrada e intermediária.

A combinação de custos industriais crescentes, pressão sobre componentes-chave e ajustes estratégicos das fabricantes ajuda a explicar por que o próximo ano já desperta preocupação no mercado.

Segundo projeções, o setor deve enfrentar uma retração global nos embarques de smartphones, ao mesmo tempo em que o preço médio de venda sobe de forma consistente. Para o consumidor, isso significa pagar mais por aparelhos que, em muitos casos, evoluem pouco em relação às gerações atuais.

Reprodução/Counterpoint Research

Preços sob pressão e menos margem para segurar valores

A Counterpoint estima que o preço médio dos smartphones pode crescer até 6,9% em 2026, quase o dobro de previsões anteriores. O aumento ocorre em um momento em que fabricantes já lidam com margens apertadas e menor elasticidade para absorver custos adicionais.

O movimento afeta de maneira desigual o mercado. Modelos premium ainda encontram espaço para reajustes graduais, enquanto aparelhos acessíveis enfrentam um limite claro de preço.

Quando esse limite é alcançado, as marcas passam a revisar portfólios e a reduzir opções disponíveis ao consumidor.

O gargalo da memória e o efeito dominó na indústria

O principal vetor dessa alta está na memória. DRAM e NAND, componentes essenciais para multitarefa, jogos e fluidez do sistema, registram aumentos expressivos impulsionados pela demanda de Data Centers e projetos de inteligência artificial. Com isso, a indústria de smartphones disputa fornecimento com gigantes de tecnologia que operam em outra escala de investimento.

Estimativas do setor apontam que o custo de fabricação já subiu cerca de 25% em celulares de entrada, 15% nos intermediários e 10% nos modelos avançados. A tendência segue no primeiro semestre de 2026, com expectativa de novos reajustes entre 10% e 15% apenas em componentes.

Menos aparelhos baratos e portfólios mais enxutos

A pressão sobre custos leva fabricantes a escolhas difíceis. Em segmentos de menor preço, repassar integralmente os aumentos tende a inviabilizar vendas. A alternativa encontrada tem sido reduzir volumes, cortar linhas menos rentáveis e simplificar catálogos.

Um analista sênior da Counterpoint resume esse movimento ao afirmar que “aumentos agressivos de preço em faixas mais baixas se tornam insustentáveis, forçando as marcas a enxugar portfólios e diminuir a oferta de modelos acessíveis”.

Esse tipo de posicionamento, já observado em mercados asiáticos, deve se espalhar ao longo de 2026.

Especificações técnicas começam a andar para trás

Além do preço, outro ponto chama atenção: o possível recuo nas especificações.

Relatórios recentes indicam que configurações com 16 GB de RAM, hoje comuns em topos de linha, podem se tornar raras. Modelos com 12 GB e 8 GB tendem a assumir o protagonismo, enquanto celulares básicos podem voltar a operar com 4 GB de RAM.

A mudança não ocorre por desinteresse em inovação, mas por necessidade de contenção. A memória se tornou um dos itens mais caros da lista de materiais, e reduzir capacidade é uma das poucas formas de equilibrar contas sem elevar ainda mais os preços finais.

Gigantes resistem melhor, concorrentes sentem mais

Empresas com grande escala global e poder de negociação, como Apple e Samsung, aparecem como as mais preparadas para atravessar esse período. Elas conseguem diluir custos, renegociar contratos e sustentar margens sem cortes drásticos imediatos.

Reprodução/Counterpoint Research

Já fabricantes com menor fôlego financeiro, especialmente algumas marcas chinesas focadas em volume, enfrentam um dilema mais severo entre preservar participação de mercado ou proteger rentabilidade. Esse conflito tende a moldar lançamentos e estratégias ao longo do próximo ano.

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Ano que pode redefinir o ciclo de troca

Mais do que um mero aumento pontual de preços, 2026 pode marcar uma mudança estrutural no comportamento do consumidor.

Com menos saltos técnicos relevantes e valores mais altos, o ciclo de troca tende a se alongar ainda mais. Manter o aparelho atual por mais tempo, buscar modelos do ano anterior ou aguardar promoções passa a ser uma escolha racional, e não apenas cautelosa.

Logo, o mercado de smartphones entra em uma fase de ajuste fino, na qual o entusiasmo por lançamentos cede espaço a decisões mais pragmáticas. Para quem acompanha de perto, o próximo ano pode servir menos como vitrine de novidades e mais como um termômetro das limitações reais da indústria diante de um mundo cada vez mais orientado por custos e infraestrutura de IA.

Fonte: Counterpoint Research

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