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Estudo mostra que mais de 500 marcas deixaram mercado de smartphones desde 2017

Maior parte de empresas que abandonaram segmento é local, afetadas por pandemia e crise dos chips.

Estudo mostra que mais de 500 marcas deixaram mercado de smartphones desde 2017
Créditos: Karolina Grabowska/Pexels

Um novo relatório da empresa de consutoria Counterpoint Research revela a difícil situação do mercado global de smartphones nos últimos anos, com uma concorrência acirrada e várias dificuldades para se manter no páreo.

De acordo com o estudo, quase 500 companhias saíram do mercado entre os anos de 2017 a 2023, tendo o seu tamanho reduzido em dois terços desde o início da avaliação. Isso significa que “apenas” 250 empresas se mantém comercializando smartphones, com quase o dobro desse número tendo saído do segmento.

A maior parte das companhias que fechou as portas ou abandonou a divisão de dispositivos móveis é regional, ou seja, tinha força somente em localidades específicas — tendo fabricação própria ou utilizando dispositivos quase prontos, produzidos por parceiras e renomeados no processo chamado de white label.

Porém, há também alguns nomes mais relevantes na lista: a sul-coreana LG deixou o segmento em 2021 depois de anos no mercado. Além disso, foram registrados o encerramento das atividades em celulares de Micromax (Índia), Meizu, Meitu, Gionee e Coolpad (China), além de Kyocera e NEC no Japão.

LG G8 ThinQ. (Fonte da imagem: Divulgação/LG)

Ser uma companhia ativa significa ter um volume de vendas registrado nos anos da pesquisa — ou seja, empresas em hiato, que pausaram a comercialização no setor ou simplesmente não divulgam essas informações também ficaram de fora. O relatório também não contempla o mercado de feature phones ou vestíveis.

Por que o mercado de celulares caiu tanto?

O relatório cita que, entre os anos de 2020 e 2021, a pandemia da covid-19 e a crise no setor de processadores foram os fatores que mais levaram ao fechamento de empresas. Nesses dois anos, foram mais de 200 empresas fechadas.

Mais recentemente, os fatores são diferentes: a crise global no setor segue, agora por baixas vendas e uma situação de incerteza na economia, além do aumento de custos de manutenção de operações que pode ser fatal para pequenas marcas.

Além disso, essas companhias não possuem mais verba para investir em marketing ou pesquisa e desenvolvimento (R&D), o que só aumenta a diferença delas para as gigantes do setor. A consolidação de companhias chinesas relativamente baratas, porém altamente estruturadas, foi um diferencial nesse caso — nomes como Xiaomi, Oppo e vivo, além de suas múltiplas submarcas e subsidiárias.

Para piorar a situação, a Counterpoint aponta que o mercado de celulares em baixa no ano de 2023 pode ser ainda mais cruel com marcais regionais. Até agora, cerca de 90% dessas empresas de menor porte não ultrapassou a marca de 100 mil unidades vendidas no ano, o que pode levar a ainda mais fechamentos.

Fonte: Counterpoint Research