ANÁLISE | Samsung Galaxy Z Flip 5: a maior evolução dos dobráveis

Esse é o Samsung Galaxy Z Flip 5, anunciado há cerca de um mês. Quando você olha apenas para as especificações dele, parece que não faz muito sentido.

Custa o mesmo preço do Samsung Galaxy S23 Ultra, mas entrega câmeras mais simples, menos bateria e demora mais pra carregar. Mais: devido ao design dobrável, ele tem um sistema de resfriamento pior, dessa forma pode não tirar o máximo do ótimo chip Snapdragon 8 Gen 2 overclckado que o equipa.

Essas são concessões válidas pra ter um telefone que dobra e mais compacto, certo? Nem tanto. Ele é menor, em comprimento, mas é mais espesso quando comparado ao Samsung Galaxy S23 Ultra, o que resulta em um volume similar.

Galaxy Z Flip 5: um celular realmente pessoal

Isso tudo dito, eu gostei bastante das possibilidades, do nível de personalização e de como o Samsung Galaxy Z Flip 5 pode se tornar um telefone realmente pessoal, moldado ao estilo e as necessidades do seu dono.

Esse é o primeiro Galaxy Z Flip que eu tenho a oportunidade de testar por mais tempo e, por mais que a maioria das pessoas pense que é mais do mesmo, essa me parece a maior evolução desde que o Samsung Galaxy Z Flip 1 foi lançado.

O display externo cresceu

A primeira coisa que chama a atenção ao pegar o aparelho é a nova tela externa, que cresceu e muito. A Samsung chama essa tela de Display Flex, e agora ela tem 3,4 polegadas o que é bem maior que a tela de 1.9 polegadas do Galaxy Z Flip 4, trazendo muitas possibilidades de interação e personalização, mas eu já falo mais sobre isso.

O curioso é que a Samsung desenhou essa tela pra ter o formato de uma pasta, ouem inglês, de um “fold”, apesar que o Galaxy Fold é o outroo dobrável da Samsung.

Trocadilhos à parte, essa solução ficou bem legal, porque assim a câmera não invade o espaço da tela, como na solução que a Motorola adotou com o RAZR 40 Ultra, que apesar de ter uma tela externa de 3.6 polegadas, tem menos área útil que o Galaxy Z Flip 5.

Mais fino e sem frestas

Outra inovação bem vinda é que agora o Galaxy Z Flip 5 tem zero gap. Adeus frestas quando o aparelho está fechado! Seguindo o caminho da Motorola, o aparelho está trazendo um novo modelo de dobradiça no estilo gota. Ela é mais simples e com menos peças, o que certamente diminui a complexidade do sistema e acaba trazendo diversas vantagens.

Um exemplo: menos pressão no display ao abrir e fechar o aparelho, já que o raio dessa curva que a tela faz quando dobrada, agora é maior que no Galaxy Z Flip 4.

Isso também ajuda a diminuir o vinco no meio da tela do Galaxy Z Flip 5, melhorando a sensação de passar o dedo por ali. Além disso, por não ter mais frestas quando fechado, sobra menos espaço para pó e outros detritos se acumularem.

Isso tudo somado, promete acabar refletindo em uma maior vida útil do aparelho. A Samsung promete até 200 mil movimentos como esse, de abrir e fechar, mas isso não tenho como testar e só o tempo dirá.

Outra vantagem da nova dobradiça é que o aparelho ficou mais fino. São apenas 15.1 milímetros fechado, 2 milímetros a menos que o Galaxy Z Flip 4, o que pode ser considerado uma boa evolução geração a geração.

Aberto, ele cai pra apenas 6.9 milímetros, o que é super fino. Aqui uma curiosidade: quando aberto, o telefone fica levemente curvado, o que não chegou a me incomodar, mas é no mínimo curioso.

Construção mais resistente

Ainda falando da construção do aparelho, a sua estrutura é feita de armor aluminum série 70, um alumínio super resistente. Ele tem ainda proteção IPX8, o que é super bem vindo e traz uma certa paz de espírito contra pequenos incidentes com água.

Ambas as telas, externa e interna vêm protegidas com Gorilla Glass Victus 2, que a Corning menciona ter a mesma resistência da cerâmica, trazendo até 25% mais resistência à riscos.

O modelo tem ainda uma porta USB-C, três microfones e um speaker. Na lateral tem os botões de aumentar e diminuir o volume e o botão de ligar e desligar, que também é um sensor biométrico que funciona muito bem, super rápido.

Faz todo sentido ele estar ali, pois serve pra desbloquear a tela externa quando o aparelho está fechado, ou a interna quando aberto. No outro ladotemos a porta para o SIM card e na dobradiça, o logo da Samsung.

Detalhes da tela do Galaxy Z Flip 5

Ao abrir o aparelho, a tela de 6.7 polegadas já te convida para entrar no nosso Grupo de Ofertas. Quem sabe você não encontra um Galaxy Z Flip 5 em promoção por ali? Atualizamos diariamente os grupos com ofertas de celulares, TVs, e vários outros eletrônicos legais. Então fica o convite.

Volta do pra tela: ela é FullHD+ Dinamic AMOLED 2X e ocupa praticamente toda a área, com uma câmera selfie no estilo punch hole centralizada no topo. Essa tela é adaptativa e vai de 1 a 120Hz, o que ajuda a economizar bateria, algo super importante em um dobrável. A tela tem ótima qualidade, ótimo nível de preto, com contraste infinito, brilho alto e cores vibrantes.

Quando o telefone está semi dobrado, dá pra usar o Painel no Modo Flex, usando as duas metades da tela pra funções diferentes. Na câmera por exemplo, você vê o enquadramento na metade de cima e os comandos na metade inferior da tela.

Na galeria, você visualiza a foto em cima e tem um touchpad em baixo pra navegar entre as fotos, dar zoom com movimento de pinça e por aí vai. Você pode escolher quais aplicativos gostaria dessa forma, ou deixá-los em tela cheia como em um celular tradicional.

Vale mencionar que quando a tela está toda apagada, o vinco é perceptível, porém no fluxo do uso do telefone, você acaba esquecendo que ele está ali. Algo que evoluiu em relação a geração anterior.

Usabilidade do novo dobrável

Em resumo: a tela principal está muito boa, mas a estrela do aparelho é mesmo a tela externa. Além de ter 3.4 polegadas, essa é uma tela Super AMOLED de 720P que permite interagir com o telefone sem abrir o aparelho o tempo todo, já que permite o acesso a vários widgets customizados pela Samsung e que vão facilitar sua vida e, diria, até evitar distrações.

Minha rotina diária inclui acordar e já dar uma olhada nas notificações pra ver se tem algo importante que eu devo priorizar logo cedo. Isso pode ser feito na tela externa e evita que eu acabe abrindo o Instagram e vendo vários reels, stories, o que geralmente acaba com a nossa produtividade.

Da mesma forma, ali você acessa o seu calendário, clima e contatos preferidos pra fazer uma ligação rapidamente, entre outras opções. Ao todo são 13 widgets que podem ser acessados nativamente por ali e você pode navegar facilmente por eles arrastando o dedo pra esquerda na tela, ou ainda através de um comando de pinça.

Uma outra possibilidade, caso você não se importe de usar apps que não estão 100% ajustados pra esse formato quase quadrado da tela externa, é habilitar no Labs alguns apps de terceiros. Ali tem Netflix, YouTube, Mensagens de texto e até o WhatsApp.

Gostei bastante da experiência com o Maps, onde vc começa uma navegação na tela externa e ao abrir o telefone, continua na tela maior. Responder o WhatsApp também é possível na tela externa através do teclado QWERTY que abre por ali, só as teclas são meio pequenos e meus dedos, grandes, então não é a melhor sensação do mundo pra mim.

Concessões: uso de bateria

Aí chega a questão maior. A tela externa permite muitas interações que ganham tempo e ajudam na economia de bateria. Esse sim é o maior problema dos dobráveis, já que não tem muito espaço pra colocar uma bateria de grande capacidade em um telefone tão compacto e com um projeto desafiador como o dos telefones Flip.

São apenas 3.700 mili ampere hora de bateria, a mesma quantidade do ano passado. O que acaba não sendo suficiente para um dia inteiro para a maioria das pessoas, e por isso a importância da tela externa. Ela evita que você abra o telefone desnecessariamente, economizando bateria.

Isso acaba enfatizando um dos pecados da tela externa: ela não é uma tela LPTO, ou uma tela dynamic AMOLED, como a interna. Dessa forma, ela não consegue entregar altas frequências com baixo consumo.

A tela externa tem o refresh rate fixo em 60 hertz, ao contrário da tela principal que vai de 1 a 120Hz e acaba sendo mais econômica que a tela externa em algumas situações, como olhar fotos, clima e outras funções básicas.

Desempenho com foco em praticidade

Em contrapartida, o processador Snapdragon 8 Gen 2 para Galaxy tem ótima eficiência energética, e acaba entregando excelente desempenho, com boa autonomia de bateria. Por mais que pra editar vídeos ou jogar, o sistema de resfriamento que é limitado pelo espaço, deixa um pouco a desejar.

Mas convenhamos: esse nem é um celular focado em longas maratonas de jogos. Apesar que o hardware dá e sobra pra isso. Além do ótimo processador, são ainda 8GB de memória LPDDR5X e 256GB de armazenamento.

O sistema é o Android 13, com várias customizações para aproveitar melhor as características de uma tela dobrável, e a interface de usuário é a One UI 51.1. Porém desconfio que esse sistema deve receber atualizações muito em breve já que o Android 14 já está batendo à porta e deve chegar a qualquer momento.

E falando em atualizações, são 4 versões garantidas do Android por aqui, o que dá a certeza de que o Galaxy Z Flip 5 será atualizado até o Android 17 e terá pelo menos 5 anos de atualização de segurança.

Galaxy Z Flip 5: qualidade das câmeras

Já nas câmeras, aqui não temos os maiores e mais avançados sensores do mercado, novamente devido a limitação física pra colocar componentes maiores, mas isso não quer dizer que elas se saem mal.

Nos meus testes gostei das fotos e diria que o conjunto não vai te deixar na mão. São duas câmeras de 12MP na parte frontal, chamadas de câmera flex, uma grande angular e outra ultra grande angular.

As fotos trazem bastante detalhe e nitidez, com cores vibrantes, o que é característica da Samsung. Gostei bastante do tom de pele, mas sobretudo das possibilidades de tirar fotos em vários ângulos e posições diferentes.

Ajuda muito a nova dobradiça conseguir ficar em quase qualquer ângulo, o que permite tirar fotos e filmar seus filhos, animais de estimação, em ângulos e formas antes bem mais desafiadoras.

Outra vantagem é que você consegue acessar a câmera rapidamente com apenas uma das mãos: basta dar dois cliques no botão power, ou arrastar o ícone da câmera na tela externa na diagonal. Isso facilita tirar selfies com a câmera externa e já pré-visualizar o resultado ali mesmo, de forma bem fácil e prática.

Já na tela interna, uma câmera selfie de 10MP complementa o sistema. Se é que podemos chamar essa câmera de selfie, afinal, da pra fazer selfies se olhando na tela em qualquer uma das 3 câmeras do telefone. Seja lá o nome dessa câmera, ela traz boas possibilidades e também entrega fotos harmoniosas e equilibradas.

Galaxy Z Flip 5: vale a pena?

Em resumo, a Samsung tenta posicionar o Galaxy Z Flip 5 não apenas como um celular, mas como uma ferramenta de expressão pessoal. Eu acho que eles foram bem-sucedidos nessa tarefa, já que vc consegue personalizar cada detalhe da tela externa, criando uma tela inicial com sua foto, widgets, cores do fundo, tipo e tamanho de fonte.

Tudo pode ser customizado ao seu gosto, além de trazer possibilidades diferentes quando comparado a um telefone tradicional devido ao seu formato e tamanho, que cabe no bolso da camisa, da calça, ou em uma bolsa pequena indo pra balada – como uma clutch.

Enfim, é em celular que certamente irá se destacar. Resta saber se você está disposto a investir o mesmo valor do Galaxy S23 Ultra em um dobrável.

E aí? Comenta aí embaixo o que vc acho do Z Flip 5, e se você considera um dobrável como seu próximo celular.