Montadoras querem que governo cobre imposto sobre carros elétricos

A disputa pelo mercado automotivo no Brasil está cada vez mais acirrada, agora, com montadoras tradicionais mais voltadas para modelos à combustão preocupadas com a chegada de novos nomes focados em carros elétricos.

Com essa mudança no setor, mudanças nos bastidores podem acontecer em breve. De acordo com a coluna de Paula Gama no UOL, as empresas mais consolidadas do ramo estão pressionando o governo a cobrar impostos ou acabar com isenções sobre carros elétricos, o que reduziria a procura do consumidor por esses novos modelos.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Uallace Moreira, confirmou em entrevista à Reuters que essa tributação “será retomada de forma gradual nos próximos três anos”, o que colocaria os modelos elétricos lado a lado com os equivalentes à combustão em termos de taxas.

A competitividade de carros elétricos no Brasil

A ideia de Moreira é fortalecer a produção local, dificultando a importação de modelos estrangeiros a partir do aumento de impostos — marcas como a BYD, da China, são as que mais assustam as montadoras no mercado atual.

Estreando em julho de 2023 no país com preços competitivos e aproveitando a ausência de rivais como a Tesla, a fabricante até conquistou o primeiro lugar no ranking brasileiro de emplacamentos de veículos 100% elétricos no mês de agosto.

A respeito do aumento de impostos, o ministro afirmou ainda que o projeto não foi aceito integralmente, mas por uma maioria, e que ele não será implementado de uma só vez para “não criar um choque no mercado”.

Caso o pedido seja atendido integralmente, carros elétricos podem ficar até 35% mais caros no Brasil. Atualmente, o imposto de importação para elétricos está zerado e é de apenas 4% para híbridos, mas o país ainda não tem carros totalmente nacionais nesse segmento.

Em nota enviada ao UOL, a BYD comenta que o setor de elétricos no Brasil “representa um importante instrumento de modernização da própria indústria automotiva e não podemos dizimá-lo antes que consiga a sua própria sobrevivência“.

Fonte: UOL, Reuters