Google desenvolve microscópio com inteligência artificial para ajudar em pesquisas contra o câncer

A gigante da tecnologia Google, em colaboração com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, está na vanguarda da pesquisa médica ao desenvolver um “Microscópio de Realidade Aumentada” (ARM) equipado com inteligência artificial. Esse avanço promissor promete melhorar significativamente a detecção de câncer e outras patologias, representando um marco no campo da medicina.

O ARM foi inicialmente anunciado ao público em 2018, mas até o momento não foi utilizado para diagnósticos em pacientes. Atualmente, existem 13 protótipos do ARM em desenvolvimento, sendo necessários extensivos testes antes que ele possa ser utilizado por médicos e pesquisadores no dia a dia. No entanto, a Google tem a intenção de criar um sistema que possa ser facilmente incorporado aos microscópios convencionais encontrados em hospitais e clínicas.

O grande diferencial desse novo microscópio é a capacidade de sobrepor indicadores visuais em tempo real, como mapas de calor ou limites de objetos, graças à inteligência artificial incorporada. Essas adições de IA tornam mais fácil a classificação de amostras e a identificação da presença de células cancerosas ou patógenos, auxiliando médicos e pesquisadores em seus diagnósticos.

Os microscópios equipados com ARM podem fornecer diversos tipos de feedback visual, incluindo texto, setas, contornos, mapas de calor e animações, adaptados às necessidades específicas de cada análise. Isso promete aumentar a precisão e a eficácia dos diagnósticos médicos, proporcionando resultados mais rápidos e confiáveis.

Testes ainda em 2023

O Departamento de Inovação em Defesa do Departamento de Defesa dos Estados Unidos negociou acordos com a Google para possibilitar a distribuição do ARM através das forças armadas, com a expectativa de que ele possa estar disponível para alguns usuários governamentais entre setembro e dezembro deste ano. No entanto, o custo estimado do ARM varia entre US$ 90 mil e US$ 100 mil, o que pode estar além dos recursos de prestadores de saúde locais.

A Google Health, braço da empresa dedicado à saúde, tem investido consistentemente em ferramentas alimentadas por IA que não apenas aprimoram a precisão dos diagnósticos, mas também preenchem lacunas na medicina onde há escassez de profissionais de saúde. Nos últimos dez anos, a gigante da tecnologia investiu cerca de US$ 200 bilhões em projetos de IA na área da saúde, em parceria com startups que visam “melhorar a assistência médica”.

Essa iniciativa ganha ainda mais relevância diante das previsões da Organização Mundial da Saúde, que aponta para um déficit de 15 milhões de profissionais de saúde em todo o mundo até 2030. A Google está comprometida em desempenhar um papel fundamental no enfrentamento desse desafio global, trazendo inovação e tecnologia para o setor da saúde.

Fonte: CNBC