O acesso à internet no Brasil atingiu 84% da população com 10 anos ou mais em 2023, um aumento de 3% em relação ao ano anterior, segundo dados da pesquisa TIC Domicílios 2023, elaborada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) em conjunto com o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).
O resultado representa um avanço significativo na inclusão digital do país, mas ainda deixa claro que desigualdades persistem. A região Sul lidera a conectividade, com 88% da população conectada, seguida por Sudeste (87%), Centro-Oeste (75%), Nordeste (79%) e Norte (78%). As áreas urbanas também apresentam maior acesso à rede, com 85% das pessoas, enquanto o território rural conta com 78%.
O perfil preponderante entre os usuários de internet corresponde a indivíduos do sexo feminino, autodeclarados brancos, com idade entre 16 e 24 anos, e que possuem ensino superior completo, situando-se predominantemente nas classes A ou B. Por outro lado, a maioria dos desconectados é composta por homens, autodeclarados pretos ou pardos, com nível de instrução limitado ao ensino fundamental, e pertencentes às classes sociais mais baixas.
Na classe A, 97% utilizam internet, número bem superior ao encontrado na DE, com 69%. Essas discrepâncias demográficas destacam disparidades significativas no acesso à internet. Para o gerente do Cetic.br, Alexandre Barbosa, esses números resultam na exclusão de uma parcela da população.
“Apesar do recuo, o número de brasileiros desconectados ainda é preocupante, na medida em que muitas atividades e serviços são disponibilizados exclusiva ou preferencialmente no ambiente online. Não ter acesso à Internet pode significar estar excluído de inúmeras oportunidades e é perceptível que esse acesso ainda é desigual, restringindo o desenvolvimento de habilidades digitais e a fruição plena dos benefícios que a Internet tem a oferecer para algumas parcelas da população”, afirma Barbosa.
Maior consumo de internet é em redes sociais
Entre as atividades mais realizadas online, destacam-se o uso de redes sociais (89%), a busca por informações (88%), o consumo de notícias (86%) e o acesso a serviços públicos (64%). A pesquisa também revela que 58% dos usuários acessaram a internet exclusivamente pelo celular, apontando uma leve queda em relação a 2022, quando o índice era de 62%.
O levantamento, que teve como objetivo medir posse, uso, acesso e hábitos da população brasileira em relação à internet, contou com uma amostra de 21.271 pessoas e 23.957 domicílios. As entrevistas, realizadas de forma presencial, ocorreram entre março e julho deste ano.
O aumento do acesso à internet no Brasil é um importante avanço, mas é preciso continuar trabalhando para reduzir as desigualdades na conectividade. Políticas públicas que promovam o acesso à internet em áreas rurais e para populações de baixa renda são essenciais para garantir que todos os brasileiros possam usufruir dos benefícios da tecnologia.
Fonte: CGI.br
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