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Muito foda!

Supercâmera brasileira vai ajudar a construir maior mapa 3D do universo

JPCam, desenvolvida pelo Observatório Nacional, é a segunda maior câmera astronômica do mundo

Supercâmera JPCam
Créditos: Divulgação/CEFCA

A supercâmera brasileira JPCam, instalada no telescópio JST250, na Espanha, está ajudando a construir o maior mapa 3D do universo. O Projeto J-PAS, liderado por uma colaboração científica internacional, tem como objetivo mapear centenas de milhões de galáxias e estrelas, com o objetivo final de melhorar nossa compreensão do Universo, em particular do elemento desconhecido que causa a aceleração do Universo, hoje conhecida como energia escura.

A fabricação da JPCam foi primariamente de responsabilidade brasileira. O projeto, planejamento e desenvolvimento da supercâmera levou quase oito anos, dada sua complexidade única no mundo, com participação de técnicos, engenheiros e cientistas do Observatório Nacional (ON), do Instituto de Astronomia da USP (IAG/USP), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), no Brasil, e da CEFCA (Centro de Estudos de Física do Cosmos de Aragón) e do IAA (Instituto de Astrofísica de Andalucía) na Espanha.

As primeiras observações do J-PAS ocorrem após um criterioso processo de verificação, ajuste fino e otimização da JPCam no JST250. Esse processo de comissionamento atestou que o sistema JPCam-JST250 atende e até supera os requisitos técnico-científicos inicialmente previstos.

A fabricação da JPCam foi um desafio técnico e científico de grande porte, que exigiu a colaboração de uma equipe multidisciplinar de especialistas do Brasil e da Espanha“, disse o professor Laerte Sodré, do IAG/USP. “O sucesso do comissionamento da JPCam é um marco importante para o projeto J-PAS e representa um grande orgulho para o Brasil.

Até agora, foram observados os primeiros 15 graus quadrados do mapeamento com os 56 filtros (equivalente a uma área de 60 luas cheias). Embora isso seja apenas o começo, os dados já incluem informações sobre um milhão de estrelas e galáxias.

O grande diferencial do J-PAS em relação a outros mapeamentos do Universo é o seu sistema fotométrico, que conta com 56 filtros exclusivos de baixa largura, que permitirão produzir foto-espectros de todos os objetos no campo de visão. Isto torna o conjunto JPCam/JST250 uma máquina perfeitamente adequada para mapear o Universo e medir distâncias extragalácticas com a precisão necessária para fins de estudos cosmológicos.

O Projeto J-PAS está programado para durar cinco anos e deve produzir um enorme conjunto de dados que irá revolucionar nossa compreensão do Universo. Os dados do J-PAS serão utilizados por astrônomos de todo o mundo para estudar uma ampla gama de tópicos, incluindo a evolução das galáxias, a distribuição da matéria escura e a natureza da energia escura.

Impacto do projeto

O Projeto J-PAS terá um impacto significativo na astrofísica e na cosmologia. Os dados do projeto irão fornecer novas informações sobre a evolução do Universo, a distribuição da matéria escura e a natureza da energia escura.

O projeto também terá um impacto significativo na ciência brasileira. A participação do Brasil no projeto J-PAS é um reconhecimento da excelência da pesquisa brasileira em astrofísica. O projeto também irá ajudar a treinar uma nova geração de astrônomos brasileiros.

Fonte: Inovação Tecnológica