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Dominando

90% das cidades da Amazônia usam internet via satélite da Starlink

Acesso à internet cresceu ou até começou na região, mas expansão também tem pontos negativos.

90% das cidades da Amazônia usam internet via satélite da Starlink
Créditos: Divulgação/Starlink

Um levantamento realizado pela BBC Brasil com dados de julho de 2023 aponta que a Starlink, empresa de internet via satélite chefiada por Elon Musk, já tem antenas instaladas em 90% dos municípios da região da Amazônia.

Ao todo, esse domínio envolve 697 dos 772 municípios da chamada Amazônia legal, que inclui os estados de Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, além de parte do Maranhão.

De acordo com o estudo, boa parte dos clientes se encontra em regiões de difícil acesso, como cidades pequenas, com transporte precário, longe da capital e com pouca infraestrutura de outras tecnologias de internet, como antenas ou fibra óptica.

Segundo a BBC, foi com a internet via satélite da empresa de Musk que muitas localidades passaram a adotar formas de pagamento como o Pix e até cartões de crédito e débito. Além disso, a Starlink é uma das principais concorrentes de projetos do Ministério da Educação para fornecer conexão para escolas de todo o Brasil, com especial destaque para essas regiões remotas.

Por outro lado, o acesso à internet nessas localidades também é usado para práticas criminosas: atividades ilegais de garimpo, desmatamento e tráfico de animais podem ser favorecidos por essa tecnologia. Ela é usada para comunicação entre criminosos, como avisos sobre batidas policiais e a chegada de carregamentos.

A reportagem aponta que “antenas da empresa de Musk junto a armas, munição e ouro recolhidos em operações da Polícia Federal e do Ibama” em mais de uma ocasião.

O plano Standard da Starlink residencial no Brasil atualmente custa R$ 184 por mês, mas é possível também contratar a modalidade Priority, de 1 TB por R$ 730 mensais, que tem dados ilimitados e é voltado para “usuários avançados e pequenas empresas”.

Para além dos serviços tradicionais com antenas, a Starlink já desenvolve também um serviço de telefonia celular via satélite. Procurada pela BBC Brasil para responder sobre a demora na implementação da internet nas escolas e o uso criminoso das antenas na região, a empresa ainda não se pronunciou.

Fonte: BBC